2012-08-16

Desporto por desporto

JOÃO CÉSAR DAS NEVES, DN 2012-08-06

A sociedade moderna, cortando as relações com o transcendente, teve de arranjar mitologias, cultos, teologias para se inspirar. O desporto, como a ciência, música e heroísmo, é um elemento central dessa espiritualidade. Os atletas alegadamente mostram o melhor do ser humano, esquecendo misérias, desgraças e maldades, promovendo a auto-superação, camaradagem, colaboração e paz. Os Jogos Olímpicos são a grande celebração mundial da mística, proclamando bem alto este evangelho.
Mas existe um abismo entre desporto e a alta competição dos certames mundiais que bate recordes. Aí a situação aproxima-se do que a sociedade moderna mais se orgulha de erradicar: a escravatura. O facto de ser voluntária e rodeada de fama não a redime. Torna-a paradoxal.

A vida dos atletas manifesta bem este paralelo. Treinos, dietas, disciplina, lesões, exaustão e sofrimento são coisas que, se fossem impostos a alguém, seriam consideradas campo de concentração. Além disso, há a rivalidade, obsessão pelas marcas, pressão psicológica, humilhações, violência moral, isolamento, exclusividade que são brutais. Até o mandamento central desta fé, levar-se a si próprio ao extremo, é vicioso, pois a virtude está no equilíbrio e moderação. A vida de atleta é, realmente, bastante miserável, destruindo a humanidade, em vez de a ampliar, como garante a mística.

O dogma oculta a verdade com um truque. Não nega a violência e angústia, mas, centrando a atenção nos vencedores, garante que tudo vale a pena perante a alegria do sucesso e a glória da vitória. Mas, ao contrário dos filmes de aventuras, os adversários vencidos não são vilões malvados. São outros atletas, que também pagaram os custos altíssimos, também forçaram e esfrangalharam a sua humanidade, tendo como única recompensa vergonha e fiasco.

A isto junta-se extrema injustiça e impiedade, oculta debaixo do rigor dos resultados. Com os níveis a que chegaram os recordes, o fracasso acontece por milésimos de segundo, centímetros, queda na pirueta, pequeno deslize, ligeira indisposição. Esse nada deita a perder anos de trabalho brutal, que valem zero. E o injustiçado, que se escravizou voluntariamente, nem sequer pode protestar contra o cronómetro, a fita métrica e evidência dos árbitros. Só tem de desaparecer e tentar outra vez, se ainda tiver idade.

Isto aponta outra evidente falha da mística: desporto é para jovens saudáveis. Uma fé que apenas dá sentido à vida a alguns durante uns anos, não presta. Os apóstolos defendem-se dizendo que desporto é para toda a vida, sendo a alta competição apenas dos mestres, como os mosteiros e eremitérios na religião. Mas no desporto, ao contrário da religião, vitória e fama fazem parte da mística. A falsidade da tese vê-se na vida posterior dos grandes atletas.

Tirando o pequeno punhado de superestrelas que vive da celebridade, à esmagadora maioria dos desportistas, mesmo grandes campeões, espera-os anos de nostalgia, anonimato, até miséria, pois muitos desperdiçaram a juventude sem aprender uma profissão útil. A mística tenta esconder a verdade, celebrando glórias passadas, mas ela por vezes emerge, como no filme Belarmino (Fernando Lopes, 1964) ou nas notícias recorrentes de ex-campeões que vendem as medalhas para comer.

É verdade que estes são precisamente os pontos em que toca o espírito olímpico. Ao contrário dos campeonatos, os Jogos dirigem-se a amadores, pessoas que praticam desporto por desporto, não por obrigação. Participar é mais importante do que vencer ou bater recordes. Esta é a teoria, muito longe da realidade. Repetidamente se ouvem os sumo sacerdotes lamentar a perda do espírito olímpico. Em grande medida, os Jogos são apenas mais um campeonato, para os mesmos profissionais que batem o circuito. Mas o mal estava na origem: se apenas interessa a prática, porquê criar medalhas e podium?

O desporto é uma excelente actividade humana, como a arte ou ciência, mas, como elas, não suporta ser erigida em finalidade de vida. O desporto só é desporto se for praticado por desporto.

2012-08-06

E que tal voltar ao Técnico?

O Técnico enviou a seguinte mensagem aos antigos alunos:

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Caros Antigos Alunos,

Reforçando a importância da aprendizagem e formação ao longo da vida, informa-se que estão abertas candidaturas para pós-graduações, mestrados e doutoramentos no IST. A informação sobre os cursos e procedimentos de candidatura pode ser consultada em: http://www.ist.utl.pt/pt/candidatos/candidaturas/


É também possível a realização de cadeiras semestrais, para aprofundamento de conhecimentos, através da inscrição em unidades curriculares isoladas. Mais informação disponível no Guia Académico do IST 12?13 (1ª parte, pág.29), disponível para consulta em: http://www.ist.utl.pt/pt/alunos/
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E que tal voltar ao Técnico? Nem que seja para fazer uma "cadeirinha" para matar saudades :)

Recomendo, em particular, Sistemas Empresariais Integrados ;)
Talvez me encontrem por lá, em Fevereiro.

2012-08-04

Todos olham para os Padres

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Todos olham para os Padres. O QUE DIZEM DELES?
O PADRE ESTÁ CERTO OU ERRADO?

Há paróquias que têm dez mil ou mais fiéis….e um PADRE.
É curioso, todos falam sobre o Padre, que é mais discutido que um réu…
É o alvo de todos os olhares.
É o alvo de todas as opiniões e juízos.
É o alvo de todos os caprichos e imaginações.
É hábito dizer-se “gostos não se discutem”...
porém ele é o alvo de todos os gostos.
Senão vejamos:

Se reza muito – Não tem nada que fazer.
Se reza pouco – Nem fé tem.

Se é gordo – É um comilão
Se é magro – Nem para comer serve

Se é velho – Está ultrapassado
Se é Jovem – Ainda tem muito que aprender

Se é “bom rapaz” – Onde é que isto vai dar...
Se é muito simpático – Não irá muito longe
Se é antipático – É insuportável

Se fuma – É um viciado
Se não fuma – Não é homem…

Se canta mal – É tema para piadas
Se canta bem – É um vaidoso; quer chamar a atenção

Se demora na homilia – É um chato, nunca mais acaba
Se fala pouco – não se preparou como deve ser

Se é amável – Não tem carácter
Se é tranquilo – Querem-no com mais nervo, com mais vida

Se é generoso – É um esbanjador

Se é muito activo – É precipitado, falta-lhe experiência
Se é poupado – É avarento, agarrado.

Se sai à rua – Nunca está na Igreja
Se não sai – Não convive com ninguém

Se está com os pobres – Queixam-se e desprezam-no os ricos
Se está com os ricos – Queixam-se os pobres, que se sentem à margem.

Se trata mais com os homens – Queixam-se as mulheres e é...
Se trata mais com as mulheres – É objecto de maledicência e...

Se dá preferência às crianças – Os mais velhos interrogam-se…
Se toca algum instrumento musical – É dissipado e liberal

Se vai assistir a um jogo de futebol – É um escândalo. Deveria estar na Igreja!
Se nunca participa de um desporto – É um antiquado e anti-desportivo.

Se ...

E nós... como o queremos?
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Afixado pelo Pe. Nuno Westwood no Facebook