Cavaco disse nos Estados Unidos que, para resolver a crise europeia, é preciso que o Banco Central Europeu faça na Europa o que o banco federal americano faz nos Estados Unidos para salvar a América destas tormentas.
É uma realidade que parece uma verdade, de Monsieur de La Palisse para qualquer comum mortal que olhe para o mal europeu. Se resulta do lado de lá do Atlântico, porque não há-de resultar do lado de cá?
A resposta só pode ser uma: com as coisas como estão, se estivessem de boa fé, os líderes europeus deveriam, pelo menos, tentar aquela que parece ser a solução mais óbvia.
Não tentam porquê? Porque querem conseguir o impossível: ter os "Estados Unidos da Europa" sem a regra básica da solidariedade entre os Estados. Querem conseguir o sucesso americano sem o esforço americano.
Os mercados já o perceberam e não vão deixar que a Europa continue a brincar aos estados federados. Por isso, bem podem vir a sra. Merkel e o sr. Sarkozi com falinhas mansas - ou, ainda, o inefável Durão Barroso com os seus discursos “não me comprometam” -, que esta guerra sem quartel não vai deixar os europeus dormirem descansados.
Dêem as voltas que derem, os europeus estão obrigados pelos mercados a dar um passo à frente ou a desistirem deste projecto. Agora, já não há gregos, nem portugueses nem alemães. Ou a Europa age como um todo ou desaparece.
2011-11-17
Tudo ou nada
Raquel Abecasis, RR on-line, 2011-11-14
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