2011-05-17

Com a (meia) verdade me enganas

Muito se tem falado sobre a mentira na política. No entanto, mais do que a mentira, o verdadeiro perigo para a democracia reside na "meia-verdade".

Vamos analisar um exemplo recente do debate entre José Sócrates e Jerónimo de Sousa (minuto 27):

José Sócrates: Redução das pensões acima de 1500 Euros (...) Só essas é que serão atingidas (...) As mais baixas serão aumentadas.


Esta afirmação é verdadeira. No entanto, qual o seu significado exacto?

A. Vão ser cortadas as pensões com valor superior a 1500 Euros e as de valor mais baixo do que 1500 Euros vão ser aumentadas.

B. Vão ser cortadas as pensões com valor superior a 1500 Euros, as de valor inferior vão ser congeladas, e apenas as pensões mínimas vão ser aumentadas.

Ouvindo só a afirmação, tanto a A como a B podem ser verdade. E, de boa fé, podemos assumir que seja a A. No entanto, lendo o memorando acordado com a troika FMI+UE (texto original, resumo e tradução do Público), é a B que vai acontecer.

O discurso está cheio destas meias verdades, que "compram" votos, e que depois, afinal, nem sequer "pagam" o que prometeram...

Convido os leitores deste blogue a partilharem outros exemplos nos comentários. Mas peço que deixem referências de onde se pode validar a informação.

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