2012-11-30

Como instalar o Java Developer Kit no Windows?

O primeiro passo é fazer download do pacote de instalação.
O ficheiro a obter é o Java Developer Kit, JDK para os amigos :)
http://www.oracle.com/technetwork/java/javase/downloads/index.html

O segundo passo é executar o ficheiro de instalação.

Para se poder compilar e executar programas na linha de comandos da consola, é preciso definir uma variável de ambiente e editar uma outra.

Definir JAVA_HOME com o valor da directoria de instalação.
Por exemplo, C:\Java\jdk\1.7.0_09

Depois, editar a variável PATH, para acrescentar, no início:
%JAVA_HOME%\bin;

Finalmente, para verificar se está tudo OK, abrir uma nova consola e executar os seguintes comandos que devem ser reconhecidos e escrever na consola a versão de Java que foi instalada:
javac -version
java -version 

Como editar variáveis de ambiente no Windows?

As variáveis de ambiente são valores que, uma vez definidos, se tornam acessíveis a todos os programas que correm no computador.

O valor de uma variável de ambiente pode ser usado através da notação %nome%. Tipicamente as variáveis de ambiente servem para especificar localizações de programas.

Algumas variáveis de ambiente são definidas pelo Windows.
É o caso de %ProgramFiles% que representa o directório de programas do Windows (para versões em inglês: C:\Program Files; para versões em português: C:\Programas).
%UserName% representa o nome do utilizador em sessão.
%UserProfile% representa a directoria do utilizador em sessão.

A variável de ambiente mais utilizada é a PATH, que permite indicar quais os programas que podem ser executados em qualquer directório, definindo os sítios onde o sistema operativo vai procurar programas para executar.
Os directórios separam-se uns dos outros usando o carácter ponto e vírgula ;

Para consultar o valor da PATH pode-se executar ECHO %PATH% na linha de comando.
O comando SET mostra todas as variáveis e os respectivos valores.


Para definir as variáveis de ambiente no sistema Windows de forma definitiva, deve-se aceder às System Properties através do botão direito do rato no ícone Computer, depois seleccionar Advanced e carregar no botão Environment Variables. As figuras seguintes ilustram esta operação para o Windows 7.




As variáveis podem ser definidas para utilizadores individuais (user) ou para todos os utilizadores do sistema (system).


As novas definições só fazem efeito para as janelas de linha de comando abertas após a alteração.

2012-11-28

Fé no Campo Pequeno

O Meeting pela Fé abriu ontem e continua hoje e amanhã no Campo Pequeno... a não perder!

A exposição está aberta todos os dias, das 10h às 23h.

Às 13h e às 21h30 realizam-se encontros e palestras, às 19h momentos musicais.


2012-11-13

Orçamento de Estado - faça você mesmo!

Ora aqui está um "jogo" que vale a pena experimentar:

"
Com o objectivo de ajudar os portugueses a conhecerem melhor as contas do Estado, o Projecto Farol e o Expresso, com o apoio da Deloitte, criaram um simulador orçamental simplificado onde cada cidadão pode fazer a sua proposta de Orçamento do Estado para 2013 e compará-la com a proposta do Governo.

Faça as alterações da receita e da despesa que entenda apropriadas e avalie as consequências das suas medidas. Para compreender melhor a consequência da sua solução clique aqui. Partilhe e divulgue esta ferramenta, ajudando a construir um debate à volta de um Orçamento que é de todos nós.

http://www.omeuorcamentodoestado.com/
"

2012-11-11

Incentivo à exigência de factura

Transcrevo (e subscrevo) aqui um email que recebi das Finanças, que me parece muito sucinto e claro sobre uma forma clara como todos podemos ajudar a nossa economia a funcionar de forma mais clara e justa:

"
A partir de 1 de janeiro de 2013 será obrigatória a emissão de fatura por todas as vendas de bens e serviços mesmo quando os particulares não a exijam.

Quando é emitida fatura, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) garante o controlo e a cobrança do IVA correspondente. Se a fatura não for emitida esse controlo é impossível.

Se todos exigirmos fatura em todas as aquisições que efetuamos conseguiremos:

• Aumentar a riqueza conhecida que Portugal produz (PIB);

• Aumentar as receitas fiscais, sem pagarmos mais impostos;

• Aumentar a equidade e justiça entre todos os contribuintes portugueses;

• Diminuir o défice orçamental e criar condições para uma redução futura da carga fiscal;

• Criar melhores condições para que o nosso país possa ultrapassar com rapidez a fase díficil em que se encontra.


Quando não exigimos fatura contribuímos para:

• Aumentar a evasão fiscal e enriquecer ilicitamente aqueles que não pagam impostos;

• Diminuir a receita fiscal, que é uma riqueza de todos os portugueses;

• Prejudicar com mais impostos os contribuintes cumpridores.


O seu papel é decisivo. Exigir fatura não tem custos. É um direito e um dever de todos. E todos ganhamos. Portugal e cada um de nós.
"

2012-10-19

Agressão sem pacto

João César das Neves, DN, 2012-10-15

Não é agradável, mas é preciso dizer que as propostas da extrema-esquerda, PCP, BE e CGTP, são um disparate. Rejeitar o "pacto de agressão", como lhe chamam, e renegociar a dívida iria não reduzir a austeridade, mas aumentá-la imenso.

Isto não significa impedir essas forças de afirmarem o que quiserem e, muito menos, sugerir punição por fazê-lo. É preciso cautela, porque elas estão sempre prontas a fazer-se de mártires, acusando de antidemocrático quem se atreva a criticá-las. Ninguém as quer perseguir. São movimentos legítimos, que devem ser levados a sério e avaliados pela seriedade do que defendem. Têm todo o direito de dizer o que quiserem, tal como existe o direito de livremente as comentar.

É evidente que têm toda a razão em repudiar a austeridade. Aliás nisso estão como todos os partidos e orientações. Ninguém em Portugal gosta ou deseja sacrifícios. O facto de a sua rejeição ser mais sonora e violenta não significa maior desaprovação, só menos cortesia.

O que os distingue é a forma como reagem aos sofrimentos que afectam todos. Se rejeitássemos a dívida externa e abandonássemos os credores teríamos, é claro, um benefício imediato, eliminando os juros e ónus dessa dívida. Mas o que nos levou a pedir ajuda externa pouco teve a ver com isso. A causa aflitiva vinha de os mercados se terem fechado a novos empréstimos, impedindo os financiamentos que o Estado precisa para sobreviver. O problema dos países em dificuldades financeiras, como das pessoas, é menos o que já devem do que aquilo que precisam de continuar a pedir emprestado.

O pacote de ajuda aprovado a 17 (Econfin) e 20 (FMI) de Maio de 2011 trazia consigo 78 mil milhões de euros até fins de 2013, quase metade da nossa dívida pública directa à data do acordo. Esse enorme empréstimo de último recurso foi feito com condições, a famigerada austeridade, porque é preciso resolver o desequilíbrio que gerou a situação.

Aliás, o mais irónico é que a austeridade pouco tem a ver com a dívida. Ela serve para curar o défice, uma sangria que teremos de resolver, haja ou não dívida. Rejeitar juros e reembolsos não curaria a doença, só adiaria os sintomas.

Se Portugal, como querem essas forças, tivesse rejeitado as condições, o efeito seria uma travagem brusca do financiamento externo, ficando o País entregue à sua sorte. Isso daria uma austeridade maior e imediata. O que a troika quer que façamos em três anos teríamos de o fazer de um dia para o outro, por absoluta falta de fundos. Nesse caso, as pensões e salários públicos entrariam em ruptura, perdendo não dois, mas muitos meses. Os impostos seriam elevados muito acima do que se prevê que venham a subir. Haveria cortes brutais em todos os serviços e sistemas públicos.

Isto não é o pior. Enveredando por um caminho de rejeição das suas responsabilidades internacionais, o nosso país tornar-se-ia então um pária mundial, junto com Irão ou Coreia do Norte, pior do que a Grécia. Ganharíamos amigos em certos cantos do mundo, mas à custa do corte com os nossos parceiros e aliados, queda dramática das exportações, investimentos e outros fluxos. Era o colapso.

Assim, as propostas que esses movimentos apregoam com tanto afinco constituem, em poucas palavras, um disparate monstruoso, que qualquer pessoa sensata coraria de sugerir. Não estão em causa opções ideológicas, que raramente têm efeito na contabilidade e nas finanças, mas simples bom senso. Isto são coisas evidentes, que todos entendem.

Sendo assim, por que razão pessoas inteligentes propõem tais ideias de cabeça erguida? Precisamente porque sabem que ninguém as seguirá. Fingindo ter alternativa, que realmente não existe, capitalizam todo o descontentamento a seu favor, enquanto a "troika de direita (PS/PSD/CDS)" paga a despesa política de salvar o País. Por detrás de uma máscara de linha doutrinal está, realmente, um descarado oportunismo. Os outros que façam o que é preciso, debaixo de uma impiedosa chuva de insultos, enquanto eles aproveitam para subir nas sondagens à custa da desgraça nacional.

2012-09-10

Actualidade económica

A opinião de João César das Neves, em entrevista e em artigo.

Vale a pena ler para perceber melhor a situação actual.


2012-08-16

Desporto por desporto

JOÃO CÉSAR DAS NEVES, DN 2012-08-06

A sociedade moderna, cortando as relações com o transcendente, teve de arranjar mitologias, cultos, teologias para se inspirar. O desporto, como a ciência, música e heroísmo, é um elemento central dessa espiritualidade. Os atletas alegadamente mostram o melhor do ser humano, esquecendo misérias, desgraças e maldades, promovendo a auto-superação, camaradagem, colaboração e paz. Os Jogos Olímpicos são a grande celebração mundial da mística, proclamando bem alto este evangelho.
Mas existe um abismo entre desporto e a alta competição dos certames mundiais que bate recordes. Aí a situação aproxima-se do que a sociedade moderna mais se orgulha de erradicar: a escravatura. O facto de ser voluntária e rodeada de fama não a redime. Torna-a paradoxal.

A vida dos atletas manifesta bem este paralelo. Treinos, dietas, disciplina, lesões, exaustão e sofrimento são coisas que, se fossem impostos a alguém, seriam consideradas campo de concentração. Além disso, há a rivalidade, obsessão pelas marcas, pressão psicológica, humilhações, violência moral, isolamento, exclusividade que são brutais. Até o mandamento central desta fé, levar-se a si próprio ao extremo, é vicioso, pois a virtude está no equilíbrio e moderação. A vida de atleta é, realmente, bastante miserável, destruindo a humanidade, em vez de a ampliar, como garante a mística.

O dogma oculta a verdade com um truque. Não nega a violência e angústia, mas, centrando a atenção nos vencedores, garante que tudo vale a pena perante a alegria do sucesso e a glória da vitória. Mas, ao contrário dos filmes de aventuras, os adversários vencidos não são vilões malvados. São outros atletas, que também pagaram os custos altíssimos, também forçaram e esfrangalharam a sua humanidade, tendo como única recompensa vergonha e fiasco.

A isto junta-se extrema injustiça e impiedade, oculta debaixo do rigor dos resultados. Com os níveis a que chegaram os recordes, o fracasso acontece por milésimos de segundo, centímetros, queda na pirueta, pequeno deslize, ligeira indisposição. Esse nada deita a perder anos de trabalho brutal, que valem zero. E o injustiçado, que se escravizou voluntariamente, nem sequer pode protestar contra o cronómetro, a fita métrica e evidência dos árbitros. Só tem de desaparecer e tentar outra vez, se ainda tiver idade.

Isto aponta outra evidente falha da mística: desporto é para jovens saudáveis. Uma fé que apenas dá sentido à vida a alguns durante uns anos, não presta. Os apóstolos defendem-se dizendo que desporto é para toda a vida, sendo a alta competição apenas dos mestres, como os mosteiros e eremitérios na religião. Mas no desporto, ao contrário da religião, vitória e fama fazem parte da mística. A falsidade da tese vê-se na vida posterior dos grandes atletas.

Tirando o pequeno punhado de superestrelas que vive da celebridade, à esmagadora maioria dos desportistas, mesmo grandes campeões, espera-os anos de nostalgia, anonimato, até miséria, pois muitos desperdiçaram a juventude sem aprender uma profissão útil. A mística tenta esconder a verdade, celebrando glórias passadas, mas ela por vezes emerge, como no filme Belarmino (Fernando Lopes, 1964) ou nas notícias recorrentes de ex-campeões que vendem as medalhas para comer.

É verdade que estes são precisamente os pontos em que toca o espírito olímpico. Ao contrário dos campeonatos, os Jogos dirigem-se a amadores, pessoas que praticam desporto por desporto, não por obrigação. Participar é mais importante do que vencer ou bater recordes. Esta é a teoria, muito longe da realidade. Repetidamente se ouvem os sumo sacerdotes lamentar a perda do espírito olímpico. Em grande medida, os Jogos são apenas mais um campeonato, para os mesmos profissionais que batem o circuito. Mas o mal estava na origem: se apenas interessa a prática, porquê criar medalhas e podium?

O desporto é uma excelente actividade humana, como a arte ou ciência, mas, como elas, não suporta ser erigida em finalidade de vida. O desporto só é desporto se for praticado por desporto.

2012-08-06

E que tal voltar ao Técnico?

O Técnico enviou a seguinte mensagem aos antigos alunos:

"
Caros Antigos Alunos,

Reforçando a importância da aprendizagem e formação ao longo da vida, informa-se que estão abertas candidaturas para pós-graduações, mestrados e doutoramentos no IST. A informação sobre os cursos e procedimentos de candidatura pode ser consultada em: http://www.ist.utl.pt/pt/candidatos/candidaturas/


É também possível a realização de cadeiras semestrais, para aprofundamento de conhecimentos, através da inscrição em unidades curriculares isoladas. Mais informação disponível no Guia Académico do IST 12?13 (1ª parte, pág.29), disponível para consulta em: http://www.ist.utl.pt/pt/alunos/
"

E que tal voltar ao Técnico? Nem que seja para fazer uma "cadeirinha" para matar saudades :)

Recomendo, em particular, Sistemas Empresariais Integrados ;)
Talvez me encontrem por lá, em Fevereiro.

2012-08-04

Todos olham para os Padres

"
Todos olham para os Padres. O QUE DIZEM DELES?
O PADRE ESTÁ CERTO OU ERRADO?

Há paróquias que têm dez mil ou mais fiéis….e um PADRE.
É curioso, todos falam sobre o Padre, que é mais discutido que um réu…
É o alvo de todos os olhares.
É o alvo de todas as opiniões e juízos.
É o alvo de todos os caprichos e imaginações.
É hábito dizer-se “gostos não se discutem”...
porém ele é o alvo de todos os gostos.
Senão vejamos:

Se reza muito – Não tem nada que fazer.
Se reza pouco – Nem fé tem.

Se é gordo – É um comilão
Se é magro – Nem para comer serve

Se é velho – Está ultrapassado
Se é Jovem – Ainda tem muito que aprender

Se é “bom rapaz” – Onde é que isto vai dar...
Se é muito simpático – Não irá muito longe
Se é antipático – É insuportável

Se fuma – É um viciado
Se não fuma – Não é homem…

Se canta mal – É tema para piadas
Se canta bem – É um vaidoso; quer chamar a atenção

Se demora na homilia – É um chato, nunca mais acaba
Se fala pouco – não se preparou como deve ser

Se é amável – Não tem carácter
Se é tranquilo – Querem-no com mais nervo, com mais vida

Se é generoso – É um esbanjador

Se é muito activo – É precipitado, falta-lhe experiência
Se é poupado – É avarento, agarrado.

Se sai à rua – Nunca está na Igreja
Se não sai – Não convive com ninguém

Se está com os pobres – Queixam-se e desprezam-no os ricos
Se está com os ricos – Queixam-se os pobres, que se sentem à margem.

Se trata mais com os homens – Queixam-se as mulheres e é...
Se trata mais com as mulheres – É objecto de maledicência e...

Se dá preferência às crianças – Os mais velhos interrogam-se…
Se toca algum instrumento musical – É dissipado e liberal

Se vai assistir a um jogo de futebol – É um escândalo. Deveria estar na Igreja!
Se nunca participa de um desporto – É um antiquado e anti-desportivo.

Se ...

E nós... como o queremos?
"

Afixado pelo Pe. Nuno Westwood no Facebook

2012-07-31

Maré baixa

JOÃO CÉSAR DAS NEVES, DN 2012-07-30

Na grave recessão produtiva, como é normal, ouvem-se muitas tolices e contradições. A real situação económica nacional é muito mais simples e até favorável do que se dá a entender.
A situação financeira, que domina as atenções, evolui bem, como tinha acontecido nos anteriores programas do FMI. Hoje, como em 1978 e 1983, a cura está a ser rápida, com a balança de pagamentos a equilibrar em pouco tempo. E, tal como antigamente, o esforço vem quase todo da economia privada. Aliás, nos dois casos anteriores o défice público até piorou. Se desta vez der uma ajudinha, não será nada mau. Entretanto, como há 30 anos, os intelectuais e comentadores fazem tudo para sabotar o ajustamento. A coisa tem mais graça por os papéis estarem invertidos: há 30 anos a esquerda aplicava a austeridade e a direita protestava.
O episódio financeiro, embora importante, é secundário pois é no lado produtivo que se joga o futuro. Aí as coisas estão a acontecer ainda mais depressa. Prova disso é que, comparando com o segundo trimestre de 2008, início da crise mundial, o emprego português caiu 10% e o investimento 32%. Isto mostra como a primeira fase está a decorrer depressa.
É verdade que para a maioria dos comentadores são estes os sinais invocados para dizer que "a receita não funciona". Isso explica-se porque eles não falam de economia, mas daquela ficção sóciopecuniária que alimenta a vida político-mediática. Segundo tais falácias, a receita seria adequada se o doente saísse milagrosamente da cama, como um super-herói, sem tratamento nem dor. Após 20 anos de disparates monstruosos, que essa ficção gerou e todos os economistas denunciaram, isso é impossível. Aliás, se as previsões da troika se verificarem, a coisa até nos sairá barata. Para entender isto é preciso compreender os verdadeiros contornos da situação.
A base do problema económico é a mesmo do financeiro: o crédito barato que, além da enorme dívida, também distorceu o sector produtivo. A enxurrada de dinheiro externo funcionou como uma maré alta que abriu temporariamente novas áreas aos animais marinhos. Múltiplas empresas e empregos, em todos os sectores, nasceram e prosperaram artificialmente graças à aparente prosperidade. Mexilhões, percebes, lapas, ameijoas, e até sardinhas aproveitaram este alargamento da margem de manobra. A zona mais beneficiada foi à volta do Estado e seus negócios protegidos, mas afectou toda a actividade nacional. A maré quando sobe é para todos. Foram tempos de facilidades.
Os números nunca mentiram acerca da fragilidade da situação, e o crescimento económico foi anémico desde 2000. Nessas zonas ribeirinhas, por vezes turvas, não é possível alimentar grandes peixes. Só marisco miúdo. Por outro lado, não se deve exagerar o efeito da tolice, pois a maré alta pouco afecta o resto do mar. Nas águas profundas e seguras a rica fauna económica permaneceu e permanece.
Um dia, como era fatal, a maré tinha de descer. Aliás, inicialmente até cai abaixo do normal para compensar os excessos anteriores. É isso que agora afecta toda a economia, temporariamente apertada em águas demasiado recuadas. Mas nas zonas marginais, que a ilusão mantivera férteis, tudo secou. Aí não há escolha: é urgente desmantelar empresas e empregos, só rentáveis graças ao dinheiro fácil, para os transportar para regiões mais profundas e produtivas.
Isso não é nada fácil, e ainda demorará bastante tempo, pois são erros de 20 anos. Muito boa gente passou grande parte da carreira nessas zonas sempre insustentáveis, agora desertas. Elas voltarão a ser colonizadas, mas só daqui a anos, quando o crescimento económico permitir reocupar as áreas mais elevadas com solidez.
Nesta reestruturação económica a política pouco pode fazer. Ao menos não estrague. O Estado, que promoveu o problema com os seus diques e canos, teria um papel importante desmantelando-os. Mas a conversa das reformas estruturais e liberalização, hoje, como há 30 anos, tem poucos resultados. Felizmente, a economia continua a ajustar rapidamente.

naohaalmocosgratis@ucp.pt

2012-07-28

O apocalipse do sentido

Por José Luís Nunes Martins, Investigador, publicado em 28 Jul 2012

A falência do indivíduo, enquanto unidade original e de valor absoluto, é uma condição do sistema

·Existe hoje um problema que atinge as fundações da sociedade em que vivemos que cresce de forma quase irrevogável, como uma espécie de tumor, e que muito em breve destruirá um dos mais importantes pilares da nossa essência colectiva: falta de fertilidade.

No mundo de hoje há cada vez menos tempo, espaço e, principalmente, vontade de criar o novo. De construir sentidos para a vida. Consomem-se de forma capitalista os poucos sentidos pré--fabricados à disposição. As pessoas são muito parecidas... cinzentas – cada vez mais do mesmo tom de cinza –, cor do que já se consumiu, do que se desfez, daquilo que já não está aqui. A morte não é negra: é cinza.

A degeneração da capacidade criativa do homem de hoje, quando se trata de construir novos e bons caminhos para a sua vida, afecta a base do que (não) somos hoje enquanto grupo.

Esta decadência terá começado nos anos 60 do século passado, quando toda uma geração começou a imaginar um mundo em que ninguém faz nada e onde tudo é agradável. Este sonho gerou e alimentou a ideia de que a felicidade nascerá da inércia preguiçosa e infantil de quem quer um mundo melhor, mas que tudo o que está disposto a fazer por isso é reclamar... birras à espera do bem bom. Queriam um mundo melhor, mas não o criaram. Ergueram cartazes e sentaram-se à espera; no tempo que passou, evadiram-se daqui das mais variadas formas... alienaram-se, tornaram-se estranhos a este mundo. Diziam que eram sonhadores...

Esta absurdidade alastrou a um ritmo assustador e fará com que, dentro de poucos anos, não haja quem dê valor a uma obra de arte. A bondade do único, a singularidade, será vista como uma anormalidade e, enquanto tal, um crime hediondo contra a massa. Um atentado contra a tirânica reprodução do igual.
O mundo é hoje como um mar de preguiçosos conformados e orgulhosos das suas frustrações. Definhando ao estonteante ritmo do zapping entre canais de várias formas de anúncios que prometem felicidades instantâneas. Sempre fugas.
A falência do indivíduo, enquanto unidade original e de valor absoluto, é uma condição do sistema. Os mercados só sabem gerir massas. Um homem livre é, neste enquadramento, um terrorista. São cada vez menos aqueles que, contra a esmagadora maioria, se distinguem através da sua capacidade de dar sentido e significado à vida. Estes criadores não reprodutores desafiam a multidão com as suas obras subversivas, fogem a normas e a modas, parecem voar, porque flutuam bem acima do lodo onde os outros, como mortos, vivem.

No apocalipse do sentido da vida que se pressente há, felizmente, este pequeno número de homens que não se rendem, poetas da existência: são aqueles que dão luz e cores ao mundo, que fertilizam a humanidade através dos seus trabalhos. Vão estendendo a mão a quem respira podridão, sem muitos sucessos, quase nenhuns... Mas a obra-prima destes artistas é inspirarem outros a serem absolutamente originais. Longe do êxodo das gentes para o nada. Afinal, a mais sublime das obras de arte é a criação de um artista.

Estes fundadores navegam, sem raízes, em pequenos barcos sem âncora, flutuando neste mar cinzento, entregando-se à missão de garantir que haverá vida humana depois da morte desta humanidade. Contam apenas com a sua arte e com a generosidade do senhor dos ventos. Rumo a um futuro puro, onde cada homem sabe que deve criar o sentido da sua própria vida. A fim de que cada um de nós seja, nessa altura, uma obra de arte original. Uma criatura criadora. Uma bondade generosa. Uma fonte de vida. Uma criação.

Deus ajude e inspire quem Lhe segue o exemplo.

2012-07-22

Qualquer que seja o caminho...

Qualquer que seja o caminho que nos percorramos, há sempre algo de invulgar que nos aguarda. Nenhum caminho é sempre direito, há curvas em todo o lado, e o que está por detrás delas é-nos desconhecido.

De momento, parece que na próxima curva do meu caminho está a escola da Vila das Flores, mas quem sabe se não estarão lá as aventuras com que sempre sonhei. Se não encontrarei a montanha que eu queria subir, ou a terra com as palmeiras onde os pássaros são mais coloridos do que aqui.

Talvez digas que tudo isto são apenas sonhos, e que eu em breve perceberei que na Vila das Flores o meu horizonte depressa se estreitará. Mas eu não acredito nisso! O meu horizonte vai ser sempre claro e largo, como o horizonte que o mar deixa abarcar.
Só as pessoas que não sabem sonhar têm horizontes estreitos. Quem sabe sonhar e tem olhos para o que é belo, nunca se sentirá infeliz! Por isso, eu acredito que serei sempre tão feliz como agora sou.

Porque a Ana Silvestre nunca poderia ser tão feliz em lado algum como no Frontão Verde
Obrigado Frontão Verde, por me teres feito tão feliz!

-- Ana Silvestre (dos cabelos ruivos)


Dedicado à Joana (dos cabelos morenos), no dia do nosso aniversário :)

2012-07-02

Portugal vence o Euro

... dos 10 000 metros. Parabéns Dulce Félix!


Fonte: Jornal i

Além do Ouro de Dulce Félix (10 000 metros), Portugal também ganhou a Prata de Patrícia Mamona (triplo salto) e o Bronze de Sara Moreira (5 000 metros).

Chiara Corbela Petrillo

Jovem mãe morreu por ter escolhido adiar o tratamento de cancro durante a gravidez

Salvatore Cernuzio

ROMA, segunda-feira, 18 de junho de 2012 (ZENIT.org) – Sábado passado, na igreja de Santa Francisca Romana, da capital italiana, foi celebrado o funeral da jovem Chiara Petrillo, falecida depois de dois anos de sofrimento provocado por um tumor.
A cerimônia não teve nada de fúnebre: foi uma grande festa em que participaram cerca de mil pessoas, lotando a igreja, cantando e aplaudindo desde a entrada do caixão até a saída.

A extraordinária história de Chiara se difundiu pela internet com um vídeo no YouTube, que registrou mais de 500 visualizações em apenas um dia.
A luminosa jovem romana de 28 anos, com o sorriso sempre nos lábios, morreu porque escolher adiar o tratamento que podia salvá-la. Ela preferiu priorizar a gravidez de Francisco, um menino desejado desde o começo de seu casamento com Enrico.
Não era a primeira gravidez de Chiara. As duas anteriores acabaram com a morte dos bebês logo após cada parto, devido a graves malformações.
Sofrimentos, traumas, desânimo. Chiara e Enrico, porém, nunca se fecharam para a vida. Depois de algum tempo, chegou Francisco.

As ecografias agora confirmavam a boa saúde do menino, mas, no quinto mês, Chiara teve diagnosticada pelos médicos uma lesão na língua. Depois de uma primeira intervenção, confirmou-se a pior das hipóteses: era um carcinoma.
Começou uma nova série de lutas. Chiara e o marido não perderam a fé. Aliando-se a Deus, decidiram mais uma vez dizer sim à vida.
Chiara defendeu Francisco sem pensar duas vezes e, correndo um grave risco, adiou seu tratamento para levar a maternidade adiante. Só depois do parto é que a jovem pôde passar por uma nova intervenção cirúrgica, desta vez mais radical. Vieram os sucessivos ciclos de químio e radioterapia.

Francisco nasceu sadio no dia 30 de maio de 2011. Mas Chiara, consumida até perder a vista do olho direito, não conseguiu resistir por mais do que um ano. Na quarta-feira passada, por volta do meio dia, rodeada de parentes e de amigos, a sua batalha contra o dragão que a perseguia, como ela definia o tumor em referência à leitura do apocalipse, terminou.

Mas na mesma leitura, que não foi escolhida por acaso para a cerimônia fúnebre, ficamos sabendo também que uma mulher derrota o dragão. Chiara perdeu um combate na terra, mas ganhou a vida eterna e deixou para todos um testemunho verdadeiro de santidade.

“Uma nova Gianna Beretta Molla”, definiu-a o cardeal vigário de Roma, Agostino Vallini, que prestou homenagem pessoalmente a Chiara, a quem conhecera havia poucos meses, juntamente com Enrico.

“A vida é um bordado que olhamos ao contrário, pela parte cheia de fios soltos”, disse o purpurado. “Mas, de vez em quando, a fé nos faz ver a outra parte”. É o caso de Chiara, segundo o cardeal: “Uma grande lição de vida, uma luz, fruto de um maravilhoso desígnio divino que escapa ao nosso entendimento, mas que existe”.
“Eu não sei o que Deus preparou para nós através desta mulher”, acrescentou, “mas certamente é algo que não podemos perder. Vamos acolher esta herança que nos lembra o justo valor de cada pequeno gesto do cotidiano”.

“Nesta manhã, estamos vendo o que o centurião viveu há dois mil anos, ao ver Jesus morrer na cruz e proclamar: Este era verdadeiramente o filho de Deus”, afirmou em sua homilia o jovem franciscano frei Vito, que assistiu espiritualmente Chiara e a família no último período.

“A morte de Chiara foi o cumprimento de uma prece. Depois do diagnóstico de 4 de abril, que a declarou doente terminal, ela pediu um milagre: não a própria cura, mas o milagre de viver a doença e o sofrimento na paz, junto com as pessoas mais próximas”.

“E nós”, prosseguiu frei Vito, visivelmente emocionado, “vimos morrer uma mulher não apenas serena, mas feliz”. Uma mulher que viveu desgastando a vida por amor aos outros, chegando a confiar a Enrico: “Talvez, no fundo, eu não queira a cura. Um marido feliz e um filho sereno, mesmo sem ter a mãe por perto, são um testemunho maior do que uma mulher que venceu a doença. Um testemunho que poderia salvar muitas pessoas...”.

A esta fé, Chiara chegou pouco a pouco, “seguindo a regra assumida em Assis pelos franciscanos que ela tanto amava: pequenos passos possíveis”. Um modo, explicou o frade, “de enfrentar o medo do passado e do futuro perante os grandes eventos, e que ensina a começar pelas coisas pequenas. Nós não podemos transformar a água em vinho, mas podemos começar a encher os odres. Chiara acreditava nisto e isto a ajudou a viver uma vida santa e, portanto, uma morte santa, passo a passo”.
Todas as pessoas presentes levaram da igreja uma plantinha, por vontade de Chiara, que não queria flores em seu funeral. Ela preferia que cada um recebesse um presente. E no coração, todos levaram um “pedacinho” desse testemunho, orando e pedindo graças a esta jovem mulher que, um dia, quem sabe, será chamada de beata Chiara Corbela.

2012-06-29

O valor dos pais

via Cristina Branquinho

Um jovem de nível académico excelente, candidatou-se à posição de gerente de uma grande empresa.
Passou a primeira entrevista e o diretor fez a última, tomando a última decisão.
O diretor descobriu, através do currículo, que as suas realizações académicas eram excelentes em todo o percurso, desde o secundário até à pesquisa da pós-graduação e não havia um ano em que não tivesse pontuado com nota máxima.

O diretor perguntou,
"Tiveste alguma bolsa na escola?"
O jovem respondeu,
"nenhuma".

O diretor perguntou,
"Foi seu pai quem pagou as suas mensalidades?"
o jovem respondeu,
"O meu pai faleceu quando eu tinha apenas um ano, foi a minha mãe quem pagou as minhas mensalidades."

O diretor perguntou,
"Onde trabalha a sua mãe?" ?
e o jovem respondeu:
"A minha mãe lava roupa."

O diretor pediu que o jovem lhe mostrasse as suas mãos.
O jovem mostrou um par de mãos macias e perfeitas.

O diretor perguntou,
"Alguma vez ajudou sua mãe lavar as roupas?" ?
o jovem respondeu:
"Nunca, a minha mãe sempre quis que eu estudasse e lesse mais livros.
Além disso, a minha mãe lava a roupa mais depressa do que eu."

O diretor disse,
"Eu tenho um pedido.
Hoje, quando voltar, vá e limpe as mãos da sua mãe e depois venha ver-me amanhã de manhã."
O jovem sentiu que a hipótese de obter o emprego era alta.

Quando chegou em casa, pediu, feliz, à mãe que o deixasse limpar as suas mãos.
A mãe achou estranho, estava feliz, mas com um misto de sentimentos e mostrou as suas mãos ao filho.
O jovem limpou lentamente as mãos da mãe.
Uma lágrima escorreu-lhe enquanto o fazia.
Era a primeira vez que reparava que as mãos da mãe estavam muito enrugadas
e havia demasiadas contusões nas suas mãos.
Algumas eram tão dolorosas que a mãe se queixava quando limpava com água.

Esta era a primeira vez que o jovem percebia que este par de mãos que lavavam roupa todo o dia
tinham-lhe pago as mensalidades.
As contusões nas mãos da mãe eram o preço a pagar pela sua graduação, excelência académica e o seu futuro.
Após acabar de limpar as mãos da mãe, o jovem silenciosamente lavou as restantes roupas pela sua mãe.
Nessa noite, mãe e filho falaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi ao gabinete do diretor.
O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do jovem e perguntou,
"Diz-me, o que fez e que aprendeu ontem em sua casa?"
O jovem respondeu,
"Eu limpei as mãos da minha mãe e ainda acabei de lavar as roupas que sobraram."
O diretor pediu,
"Por favor, diz-me o que sentiste."
O jovem disse
"Primeiro, agora sei o que é dar valor.
Sem a minha mãe, não haveria um eu com sucesso hoje.
Segundo, ao trabalhar e ajudar a minha mãe, só agora percebi a dificuldade e dureza que é ter algo pronto.
Em terceiro, agora aprecio a importância e valor de uma relação familiar."
O diretor disse,
"Isto é o que eu procuro para um gerente.
Eu quero recrutar alguém que saiba apreciar a ajuda dos outros,
uma pessoa que conheça o sofrimento dos outros para terem as coisas feitas
e uma pessoa que não coloque o dinheiro como o seu único objetivo na vida.
Está contratado."

Mais tarde, este jovem trabalhou arduamente e recebeu o respeito dos seus subordinados.
Todos os empregados trabalhavam diligentemente e como equipe.
O desempenho da empresa melhorou tremendamente.

Uma criança que foi protegida e teve habitualmente tudo o que quis
se desenvolverá mentalmente e sempre se colocará em primeiro.
Ignorará os esforços dos seus pais e quando começar a trabalhar,
assumirá que todas as pessoas o devem ouvir e quando se tornar gerente,
nunca saberá o sofrimento dos seus empregados e sempre culpará os outros.
Para este tipo de pessoas, que podem ser boas academicamente,
podem ser bem sucedidas por um tempo,
mas eventualmente não sentirão a sensação de objetivo atingido.
Irão resmungar, estar cheios de ódio e lutar por mais.
Se somos esse tipo de pais, estamos realmente a mostrar amor
ou estamos a destruir o nosso filho?

Pode-se deixar seu filho viver numa grande casa, comer boas refeições,
aprender piano e ver televisão num grande TV em plasma.
Mas quando cortar a relva, por favor, deixe-o experimentar isso.
Depois da refeição, deixe-o lavar o seu prato juntamente com os seus irmãos e irmãs.
Deixe-o guardar os seus brinquedos e fazer a sua própria cama.
Isto não é porque não tem dinheiro para contratar uma empregada,
mas porque o quer é amar e ensinar como deve de ser.

Quer que ele entenda que não interessa o quão ricos os seus pais são,
pois um dia ele irá envelhecer, tal como a mãe daquele jovem.
A coisa mais importante que os seus filhos devem entender
é a apreciar o esforço e experiência da dificuldade e
aprendizagem da habilidade de trabalhar com os outros para fazer as coisas.

Quais são as pessoas que ficaram com mãos enrugadas por mim?
O valor de nossos pais ...

2012-06-06

Ser catequista é um ministério

O Cardeal-Patriarca de Lisboa considera que o catequista tem uma missão fundamental na Igreja. “O catequista tem uma missão essencial na Igreja: a comunicação da fé e não apenas de uma doutrina! Esta é uma confusão grave que temos que tirar da cabeça. Um catequista não é um professor de uma teoria religiosa, é um educador da fé, de que faz parte também a explicitação da doutrina. Isto é, desde o princípio da Igreja, uma missão absolutamente fundamental”, garantiu D. José Policarpo, num encontro com catequistas de Loures e Bucelas. Sublinhando que o catequista “tem a mesma missão do bispo e do padre”, o Patriarca salientou: “Quando vocês fazem a vossa missão de catequistas, estão em união comigo!”.

Realizada na paróquia de Loures, no âmbito da Visita Pastoral à Vigararia de Loures-Odivelas, esta partilha com os catequistas ficou marcada pela reflexão em torno do Ano da Fé. “Há dois temas que o Santo Padre tem proposto à Igreja e que nós, aqui em Lisboa, vamos adoptar como itinerário do próximo ano pastoral a iniciar em Setembro: o aniversário do Concílio Vaticano II – que me lembro muito bem e foi uma grande festa – e a nova evangelização – um tema lançado pelo Santo Padre João Paulo II, em que o Papa Bento XVI pede para fazermos deste ano um aprofundamento da nossa fé”, referiu D. José Policarpo, que aconselhou depois os catequistas a ler a Carta Apostólica ‘Porta da Fé’, “um documento muito bonito e muito acessível”.

No final, D. José Policarpo voltou a sublinhar a importância dos catequistas na missão da Igreja. “Ser catequista é um ministério! Não é só um trabalho, deve ser uma fonte de alegria. É muito bonito ajudarmos os outros a descobrirem Cristo!”, terminou o Cardeal-Patriarca.

Ao Jornal VOZ DA VERDADE, o pároco de Loures, padre Francisco Adão Inocêncio, salienta que os desafios da catequese nesta paróquia passam “pela formação continuada dos catequistas” e também por “conseguir mais catequistas”. Este sacerdote destaca ainda a importância de “envolver a família na catequese” e assim “criar uma relação” com os pais. Por fim, a paróquia de Santa Maria de Loures vê como desafiante o “chegar a todos os miúdos”.
texto e fotos por Diogo Paiva Brandão, com Nuno Rosário Fernandes

Fonte: Voz da Verdade

2012-05-23

Protuguês

via Fátima Martinho e em homenagem ao Cristiano "Reinaldo" ;)

É importante saber-mos Protuguês

Pessoal crítico ou pseudo-crítico (porque acham que é giro ou intelectual) do acordo ortográfico. Na realidade, o verdadeiramente importante é saber Português.

A língua Portuguesa é uma língua viva, e não morta como o Latim, sujeita a mudanças de diversas espécies, influências, etc. É uma língua -felizmente- dinâmica e ativa que se destaca pela evolução. Ninguem tem habilitações -simplesmente não existem- para determinar e parameterizar esta evolução, tanto em Português como noutra qualquer língua viva qualquer. Portanto, quem se arvora em "detentor da pureza e da verdade" não é mais do que um falso sacerdote duma seita religiosa com aspirações a ganhar protogonismo, fama e dinheiro!

Os agentes e pessoas que desenvolveram, facilitaram ou aprovaram o acordo ortográfico, não fizeram mais do que libertar e viabilizar uma tendência, um caminho. Certo, ou errado, neste momento nenhum professor, doutor, mestre, licênciado, bacharel, técnico, pós-graduado ou outra espécie académica tem competência e capacidade para emitir um pálido juízo concreto, cabal e sólido. Só os soberbos, ignorantes e patéticos seguidores de qualquer corrente -preferencialmente a barulhenta. somente a história, isto é o tempo e o espaço poderão ser juízes em causa própria... ou seja nossos ossos, nesses dias serão fósseis... senão tivermos sido cremados como está na moda agora!

É importante saber-mos Protuguês

Está-mos çempre há prender, num é?

Prontus
Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um 'prontus'! Fica sempre bem.

Númaro
Também com a vertente 'númbaro'. Já está na Assembleia da República uma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, a qual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!

Pitaxio
Aperitivo da classe do 'mindoím'.

Aspergic
Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina

Alevantar
O ato de levantar com convicção, com o ar de 'a mim ninguém me come por parvo!... alevantei-me e fui-me embora!'.

Amandar
O acto de atirar com força: 'O guarda-redes amandou a bola para bem longe'

Assentar
O ato de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.

Capom
Tampa de motor de carros que quando se fecha faz POM!

Destrocar
Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.

Disvorciada
Mulher que diz por aí que se vai divorciar.

É assim...
Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não quer dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no início de qualquer frase.

Entropeçar
Tropeçar duas vezes seguidas.

Êros
Moeda alternativa ao Euro, adotada por alguns portugueses.
Também conhecida por "aéreos".

Falastes, dissestes...
Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex.: eu falei, tu falaste, ele falou, TU FALASTES...

Fraturação
O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial. Casa que não fratura... não predura.

Há des
Verbo 'haver' na 2ª pessoa do singular: 'Eu hei de cá vir um dia; tu há des cá vir um dia...'

Inclusiver
Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira. Também existe a variante 'Inclusivel'.


A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'. Ex.: Atão mô, tudo bem?

Nha
Assim como Mô, é a forma mais prática de articular a palavra MINHA. Para quê perder tempo, não é? Fica sempre bem dizer 'Nha Mãe' e é uma poupança extraordinária.

Parteleira
Local ideal para guardar os livros de Protuguês do tempo da escola.

Perssunal
O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex: 'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.

Prutugal
País ao lado da Espanha. Não é a Francia.

Quaise
Também é uma palavra muito apreciada pelos nossos pseudo-intelectuais... Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.

Stander
Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis. O 'stander' é um dos grandes clássicos do 'português da cromagem'...

Tipo
Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada, e não servindo para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo. É assim... tipo, tás a ver?

Treuze
Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze.

E, a minha preferida do Luso-Americano:

Closeta
Armário da dispensa

2012-05-03

O destino construtivo do trabalho humano

Luigi Giussani, Editorial da Tracce. Fevereiro de 1999

Tentemos imaginar uma cidade medieval. Não importa se é pequena ou grande, rica ou mais modesta. Uma Catedral sobressai, um templo, sinal da proximidade entre Deus e o homem.

A Catedral é o resultado do trabalho de todo o povo. Não apenas dos arquitectos que a planearam, dos artistas que a embelezaram, dos escultores que a decoraram ou dos pedreiros que lhe levantaram as paredes.

Mesmo o tecelão numa oficina distante ou a mãe que lava a roupa do seu homem compreendiam, ainda que vagamente, que o seu trabalho estava contido naquele sinal; que o sinal os questionava e lhes abria um horizonte mais vasto do que o resultado imediato. A Catedral era o sinal do trabalho do povo, de toda a gente, que proclamava, na história do homem, a glória de Jesus de Nazaré.

O povo daquela cidade medieval, tecendo uma sociedade que salpicou a Europa de catedrais, fez o seu trabalho; desde o arquitecto ao tecelão; desde aqueles que tinham uma fé escaldante até aqueles cuja fé era mais frágil. Semeando aqueles sinais da presença de Deus, que é tudo em todos, aquela gente testemunhou a presença divina na história como um factor de unidade, de crescimento e de verdadeira previdência para a sociedade.

Deste modo “ajudavam” Deus, o “trabalhador eterno”, no seu trabalho misericordioso de construir e sustentar a esperança humana.

A natureza de um povo pode ser compreendida pelo seu trabalho, pelo valor que ele atribui ao seu trabalho. Porque o significado do mundo é afirmado ou negado, não tanto com palavras, mas pela oferta do nosso trabalho diário, pelo sacrifício feito para o trabalho de um Outro. Isto acontece com o empenho de cada um naquele bocado de realidade que as circunstâncias lhe propõem cada dia, para as manipular e transformar, pedindo sempre para ser cooperador com Cristo, partilhando com Ele a vontade do Pai que está no Céu. Construir catedrais - de pedra ou de gente - é o maior desafio para um Cristão, como proclama o grande T. S. Elliot na dramática perspectiva que afirma a alternativa entre o bem e o mal ou a violência:

“E se o Templo é para ser destruído, primeiro, temos que o construir”.

2012-04-25

Surpresa no Brasil, choque em Portugal

João Carlos Espada, Público, 2012-04-23

Quando se chega a uma certa idade, pensamos que já nada nos vai surpreender. Esse era certamente o meu estado de espírito quando há precisamente duas semanas aterrei em Porto Alegre, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Não era a primeira vez que visitava o Brasil, embora fosse a primeira visita a Porto Alegre, e não havia motivo para esperar grandes surpresas. Mas enganei-me redondamente e, ainda agora, no rescaldo da viagem, tenho dificuldade em ordenar o turbilhão de impressões que esta viagem me deixou.
Não foi o samba, nem o Carnaval, nem as praias de que habitualmente se fala - e que, aliás, não vi. Foi uma sociedade civil vibrante, em perpétuo movimento, com uma energia empreendedora que só tem paralelo nos EUA (e talvez na China e na Índia, mas devo admitir que não senti aí a mesma energia).
Assisti a um congresso de dois dias com 5200 pessoas. Era a 25.ª edição do Fórum da Liberdade, promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais, e que teve lugar na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Parecia que estávamos em Nova Iorque ou Washington. Uma organização ultraprofissional, amaciada pela incrível simpatia brasileira. Milhares de pessoas aprumadas, devidamente vestidas, pontuais, alegres e bem-educadas. Uma universidade com 30 mil alunos, num único campus, uma verdadeira cidade, que não recebe um real do Estado.
E, sobretudo, o que diziam, era inacreditável o que diziam. Celebravam a democracia e a liberdade, os direitos da pessoa humana e, por essas razões, o livre empreendimento, a limitação do Estado, o combate à corrupção e ao compadrio promovido por dinheiros públicos. Enalteciam a livre concorrência, não pediam subsídios ao Estado, combatiam os subsídios do Estado e o favorecimento pelo Estado de umas empresas em detrimento de outras. Exigiam impostos baixos e concorrência no fornecimento dos serviços públicos, sobretudo na educação e na saúde.

Era bom de mais para ser verdade. Mas era verdade. Simultaneamente, estas pessoas não mostravam qualquer sinal de arrogância. Exprimiam o maior apreço por Portugal, embora os seus antepassados não fossem apenas portugueses, mas também polacos, italianos, alemães e japoneses, além de índios e africanos, entre muitos outros. Um verdadeiro melting pot, com uma matriz portuguesa que todos enfatizavam. Ouvi vibrantes elogios aos descobridores portugueses, ao seu espírito de tolerância, maior do que o dos anglo-saxónicos, disseram-me, e sempre, repetidamente, à língua de Portugal.

Estas pessoas, ou algumas delas com quem falei demoradamente, querem reforçar a competitividade do Brasil no mundo e regulam os seus padrões pelos da América do Norte. Mas querem reforçar os laços com Portugal. Surpreendem-se por ser mais fácil obter dupla cidadania com Itália do que com Portugal. Gostariam que houvesse um mercado único entre Brasil e Portugal, semelhante ao que existe na União Europeia. Preconizam o mútuo reconhecimento imediato de diplomas escolares e de empresas. Gostariam de ter mais facilidade em investir aqui e de trabalhar aqui. "Há 190 milhões de falantes de português no Brasil", explicaram-me, "que têm apreço por Portugal. Muitos gostariam de educar os filhos em Portugal, de investir em Portugal, de passar parte das suas reformas em Portugal. Não será este um mercado excitante para os portugueses?"
Parece-me que sim, eu pelo menos saí do Brasil contagiado pela energia criativa e empresarial do Rio Grande do Sul. Mas, quando aterrei em Lisboa, tive o primeiro choque lusitano, depois da agradável surpresa brasileira. Na primeira banca de jornais, uma revista de grande circulação titulava na capa: "Precisamos de um novo 25 de Abril?" Não pude acreditar. Temos uma democracia e perguntam se precisamos de um golpe de Estado? Terei chegado por engano à Guiné?

Não foi engano. Passa-se os olhos pelos jornais e vê-se uma cacofonia de reclamações igualitárias, reclamações de mais Estado, mais subsídios, mais garantias. O pobre Governo debaixo de fogo pelas tímidas medidas reformadoras que tem tomado - em vez de lhe reclamarem uma drástica descida dos impostos e um vigoroso convite ao investimento externo. Os nossos jovens fogem para o estrangeiro em busca de oportunidades, e os que ficam querem enterrar ainda mais o país, atacando os mercados, um inexistente neoliberalismo, os alemães e outros europeus empreendedores que viraram bodes expiatórios da nossa paralisia.
Pobre país, receio ter de dizer. Mas amanhã regresso à Polónia, cujo Presidente, aliás, nos acaba de visitar com grande sucesso. Lá reencontrarei a confiança na livre iniciativa que me surpreendeu no Brasil - e cuja ausência é simplesmente chocante em Portugal.

2012-04-23

Problemas de elefante

João César das Neves, DN, 2012-04-23

Ainda alguém acredita que vêm aí as tão anunciadas reformas estruturais? Somos cada vez menos, porque a realidade tem sido impiedosa para essa crença. Uma notícia do passado dia 10 pulverizou as pequenas esperanças que ainda havia. Este Governo, como os anteriores, fala bem mas, depois de rearranjar a mobília, acaba gerindo o sistema de sempre.
Parece incrível, mas foi anunciado um novo Fundo de Saúde e Segurança Alimentar. Segundo as notícias, a entidade destina-se a "compensar os produtores, no quadro da prevenção e erradicação das doenças dos animais e das plantas, bem como das infestações por parasitas", além de "apoiar as explorações pecuárias" e "incentivar o desenvolvimento da qualidade dos produtos agrícolas". Será financiado por uma nova Taxa de Saúde e Segurança Alimentar, paga pelos estabelecimentos de comércio do sector.
Qualquer que seja o resultado, o simples anúncio mostra como o actual Governo ignora totalmente o problema do país. Não percebeu ainda que ele é a doença e o parasita. Esta proposta é precisamente o oposto do necessário para combater a crise e relançar o crescimento. O Estado estrangula consumidores e comércio para juntar dinheiro que atribuirá, com critérios burocráticos, às empresas que lhe apetecer. Em vez de emagrecer o aparelho, incha-o. Não desregulamenta, aperta. Não liberaliza, intervém. Sócrates certamente aplaudirá de pé. Foi a golpes desses, sempre virtuosos e bem intencionados, que ele e os antecessores conduziram o país à crise.
Ao longo das últimas décadas o Estado português transformou-se num enorme elefante numa loja de porcelana. Cada vez que se mexe, estilhaça empresas, iniciativas, investimentos. O gigantesco sistema intervém em todo o lado, a propósito de tudo e de nada. Depois espanta-se pela estagnação.
Quando se diz isto por cá, aparecem sempre os grupos protegidos a fazer a suprema acusação de "neoliberal". Mas não conseguem ver a evidência? Se alguém ficar quieto e inactivo é recompensado com subsídios, apoios, formação. Mas se tiver iniciativa, criar uma empresa, estabelecer um negócio, é imediata e impiedosamente perseguido e castigado. Impressos, impostos, fiscais e regulamentos, exigências, minúcias, imposições e arbitrariedades chovem sobre ele, como punição pelo atrevimento de produzir. Em particular, a ameaça é dirigida às pequenas empresas. As grandes podem contratar um exército de funcionários que, sem produzir nada, se dedica a gerir e acatar as exigências públicas. Às microempresas resta-lhes apenas fechar ou cair na clandestinidade.
Claro que o elefante que as esmaga também cria imensas medidas de apoio e promoção às PME, como a anunciada. Que apenas engordam o elefante com mais impressos e regulamentos, aplicados por mais fiscais e impostos. Tudo para mostrar um carinho atento e minucioso à vida empresarial. A quem é negada apenas a liberdade para actuar no mercado e produzir bens e serviços para quem deles necessita.
Isto mesmo é dito por todos os Governos estreantes, para explicar a razão do fiasco fragoroso dos antecessores. Há décadas que a filosofia das reformas estruturais inspira os sucessivos Programas de Governo, anunciando medidas de desburocratização e abertura para acabar de vez com o estrangulamento económico. Hoje, ao Programa juntam-se as juras à troika, que impôs medidas de liberalização e desregulamentação em todos os sectores. Depois vem a vida quotidiana da governação, que exige satisfazer multidões de fiscais, burocracias, interesses e favores. Depois surge a necessidade de anunciar novas medidas e programas, mais fundos e regras. Depois o elefante põe-se de novo a mexer, e recomeça a enxurrada de cacos de porcelana. Se o Estado não pode ir embora e não consegue emagrecer, ao menos fique quieto, e a loja sobreviverá.
Uma imagem capta especialmente bem o contributo das políticas de desenvolvimento das últimas duas décadas. Os ministros fazem como o elefante que pisa uma perdiz e depois vai cheio de remorsos sentar-se no ninho para chocar os ovos.

2012-04-20

Passinhos curtos e firmes...

Aura Miguel, RR on-line, 2012-04-20

Os que pensaram em Ratzinger como um Papa de transição enganaram-se.
Falta pouco mais de um mês para Bento XVI se reunir em Milão com famílias do mundo inteiro e, pouco depois, em Setembro, o Papa deverá visitar o martirizado Líbano, paredes meias com a Síria ensanguentada.

A agenda deste oitavo ano de Pontificado não fica por aqui. Só neste ano de 2012, ainda se prevê um sínodo com bispos do mundo inteiro sobre Nova Evangelização e, em Outubro, será também proclamado o Ano Especial da Fé.

Os que pensaram em Ratzinger como um Papa de transição enganaram-se. Gradualmente, Bento XVI segue em frente, apesar da barca de Pedro estar ainda em pior estado do que aquilo que ele pensava quando foi eleito.

Como referia, ontem mesmo, o diário “El Mundo”, este "Papa de passinhos curtos e firmes” não hesitou em “pegar na vassoura e varrer as maçãs podres do clero pedófilo e as ervas daninhas entranhadas no Banco do Vaticano”...

Um Papa centrado no essencial da fé, “que não perde tempo em floreados” e que, sendo um dos Papas mais cultos e intelectuais da história da Igreja, é, sobretudo, um Papa humilde, capaz de oferecer ao mundo a Verdade de Deus.

2012-04-05

bye RGC

Recebi a notícia da morte súbita do Prof. Rui Crespo, um dos "terrores" da LEIC nos anos 90.

"
Cumpre-me o doloroso dever de informar a Escola do falecimento do Professor Rui Gustavo Crespo.

As últimas homenagens serão prestadas na Igreja de Benfica, a partir das 16h00 de hoje.
A cremação realizar-se-á amanhã, dia 5 de Abril, às 14h00 no Cemitério do Alto de S. João. O funeral saírá da Igreja de Benfica às 13h00.


IST, 4 de Abril de 2012

O Presidente do IST

Prof. Arlindo Oliveira
"

O Crespo foi um dos Professores mais marcantes que tive em todo o curso, por boas e por más razões.
Olhando hoje para trás, só me lembro das boas :)

2012-03-19

Melhoria na Educação na Flórida

João César das Neves, DN, 2012-03-19

O método seguiu cinco passos: "Primeiro, a Florida começou a classificar as escolas de A a F, segundo a capacidade e progresso dos alunos em testes anuais de leitura, escrita, matemática e ciência. O estado dá dinheiro adicional às escolas que têm A ou melhoram a sua classificação, e os alunos das escolas que tenham dois Fs em quatro anos podem transferir-se para escolas melhores. Segundo, a Florida deixou de permitir que os alunos do terceiro ano que mal consigam ler passem para o quarto (prática comum em toda a América, chamada "promoção social"). Terceiro, criou um sistema de pagamento de mérito, no qual os professores cujos alunos passem certos exames recebem bónus. Quarto, dá aos pais muito mais escolha, com cheques estaduais, entre escolas públicas, convencionadas, privadas e até online. Quinto, a Florida criou novos métodos de certificação para atrair pessoas mais talentosas para a profissão, mesmo que essas pessoas não tenham um grau académico específico em educação" (The Economist, 25/Fev, p. 41; ver o site da fundação do ex-governador, www.excelined.org).

2012-03-17

Educar

Educar, em qualquer idade, é fazer crescer.

-- Maria Ulrich

2012-03-16

Textos da Via Sacra da Jornada Mundial da Juventude, Madrid 2011, em Português

Alocução do Papa Bento XVI

VIA SACRA JMJ 2011

Neste momento de oração, acompanharemos Cristo no percurso que Ele fez até ao Calvário para ser crucificado.
Avivaremos o nosso amor, acompanhando de perto o Senhor. Guardaremos profundo silêncio exterior e na nossa mente, não dando guarida a pensamentos estranhos a esta piedosa contemplação.
Assumiremos uma atitude de profunda humildade e, pedindo a sua graça, reconheceremos que não somos dignos de “entrar no seu coração” para pensar como Ele, sentir como Ele e viver com Ele o Mistério da dor que suportou na sua própria carne, pagando pelos pecados da humanidade.
Teremos presentes todos os jovens do mundo que são vítimas de injustiças, perseguição, marginalização, maus tratos, pobreza, escravidão, humilhação… e aos quais Jesus diz que não estão sós, pois Ele assume a sua dor e caminha a seu Iado.lado.

Vinde a Mim todos os que andais cansados e oprimidos que Eu vos aliviarei (Mt 11, 28)

(no início de cada estação)
Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, que pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

1ª Estação - Última Ceia de Jesus com os seus discípulos
Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei Isto em minha memória.» Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós.» (Lc 22, 19-20).
Antes de pegar no pão, Jesus acolhe com amor todos os que estão sentados à mesa. Sem excluir nenhum: nem o traidor, nem o que vai negar, nem os que vão fugir. Escolheu-os como novo povo de Deus. A Igreja, chamada a ser una.
Jesus morre para congregar os filhos de Deus que andavam dispersos (Jo 11, 52). Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em Mim, por meio da sua palavra, para que todos sejam um só (Jo 17, 20-21). 0 amor fortalece a unidade. E diz-lhes: Que vos ameis uns aos outros (Jo 13,34). 0 amor fiel é humilde: Também vós deveis lavar os pés uns aos outros (Jo 13, 14)
Unidos na oração de Cristo, oremos para que na Terra do Senhor a Igreja viva unida e em paz, cesse toda a perseguição e discriminação por causa da fé, e todos os que crêem num único Deus vivam em justiça a fraternidade até que Deus nos conceda sentar-nos ao redor da sua única mesa.

2ª Estação - O beijo de Judas
E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. E, logo após o bocado, entrou nele Satanás. (Jo 13,26). Aproximou-se... e beijou-o. Jesus respondeu-lhe: «Amigo, a que vieste?» (Mt 26, 49-50).
Na Ceia respira-se um ar de Mistério sagrado. Cristo está sereno, pensativo, a sofrer. Ele dissera: “Tenho ardentemente desejado comer esta Páscoa convosco, antes de padecer” (Lc 22, 15). E agora, a meia voz, deixa escapar um sentimento mais profundo: “Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me há-de entregar!” (Jo 13, 21).
Judas sente-se mal, a sua ambição mudou “à custa da traição” ao Deus do Amor pelo ídolo do dinheiro. Jesus olha para ele e ele desvia o olhar. Chama-o à atenção oferecendo-lhe pão ensopado no molho. E diz-lhe: “O que tens a fazer fá-lo depressa.” (Jo 13, 27). 0 coração de Judas tinha-se fechado e foi contar o dinheiro para depois entregar Jesus com um beijo. E Cristo, ao sentir o beijo frio do traidor, não lho censura, diz-lhe: “Amigo”.
Se sentes na tua carne o frio da traição, ou o terrível sofrimento provocado pela divisão entre irmãos e a luta fratricida, entrega-te a Jesus, que no beijo de Judas fez Suas as traições dolorosas.

3ª Estação - Jesus condenado à morte
“É réu de morte” (Mt 26, 66).
“Então, entregou-o para ser crucificado” (Jn 19, 16).
A maior injustiça é condenar um inocente indefeso. E um dia a maldade julgou e condenou à morte a inocência. Porque condenaram Jesus? Porque Jesus fez Sua toda a dor do mundo. Ao incarnar, assume a nossa humanidade e, com eia, as feridas do pecado. Carregou corn o crime deles (Is 53,11), para nos curar pelo sacrifício da cruz. Como homem de dores, habituado ao sofrimento (Is 53, 3), entregou a sua vida à morte (Is 53, 12). 0 que mais impressiona é o silêncio de Jesus. Não se desculpa, é o Cordeiro de Deus, que tira o peca do do mundo (Jo 1, 29), foi açoitado, esbofeteado, sacrificado. Emudecia e não abria a boca (Is 53, 7).
No silêncio de Deus estão presentes todas as vítimas inocentes das guerras que arrasam os povos e os enchem de ódios difíceis de curar. Jesus cala-se no coração de muitas pessoas que em silêncio esperam a salvação de Deus.

4ª Estação - Negação de Pedro
Darás a tua vida por Mim? Em verdade, em verdade te digo: Não cantará o galo sem tu me haveres negado por três vezes (Jo 3, 38).
E, vindo para fora, chorou amargamente (Lc 22, 62).
Um cristão tem de ser corajoso. E ser corajoso não significa não ter medo, mas vencer o medo. O cristão corajoso não se esconde por vergonha de manifestar em público a sua fé. Jesus advertiu Pedro: “Satanás reclamou-vos para vos joeirar como trigo. Mas Eu roguei por ti” (Lc 22, 31). “Digo-te, Pedro, o galo não cantará hoje sem que, por três vezes, tenhas negado conhecer-Me”(Lc 22,34). E o apóstolo, por medo de uma criada, negou-O dizendo: “Não O conheço” (Lc 22, 57). Ao passar Jesus por um dos pátios, olha para ele..., que estremece ao recordar as suas palavras... e chora amargamente a sua traição. O olhar de Deus muda o coração. Mas é preciso deixar-se olhar.
Ao olhar para Pedro, o Senhor olhou para os cristãos que se envergonham da sua fé, que têm respeito humano e falta de coragem para defender a vida desde o seu início até ao seu fim natural, ou querem sentir-se bem com critérios não evangélicos... para que como Pedro recuperem a coragem e sejam testemunhas convictas daquilo em que acreditam.

5ª Estação - Jesus leva a cruz às costas
Depois de terem escarnecido d’Ele, tiraram-Lhe o manto de púrpura e vestiram-Lhe as suas roupas. Levaram-n’O, então, para O crucificarem (Mc 15, 20).
E carregando a cruz às costas, saiu para o chamado lugar do Calvário (Jo 19,17).
Cruz não significa apenas madeiro. Cruz é tudo aquilo que torna difícil a vida. Entre as cruzes, a mais profunda e dolorosa está arraigada no interior do homem. É o pecado que endurece o coração e perverte as relações humanas. Porque do coração procedem os maus pensamentos, os assassínios, os adultérios, as prostituições, os roubos, os falsos testemunhos e as blasfémias (Mt 15, 19). A cruz que Jesus carregou aos ombros para nela morrer é o peso de todos os pecados de todos os homens. Também os meus. Ele suportou os nossos pecados no seu corpo (1Pe 2, 24). Jesus morre para reconciliar os homens com Deus. Por isso torna “Redentora” a cruz. Todavia a cruz só por si não nos salva. Salva-nos o “Crucificado”.
Ele fez Seu o cansaço, o esgotamento, o desespero dos que não encontram trabalho. Dos imigrantes que recebem salários indignos ou desumanos, que sofrem atitudes racistas ou morrem na ânsia de conseguir uma vida mais justa e humana.

6ª Estação - Jesus cai sob o peso da cruz
Triturado pelos nossos crimes (Is 53, 5).
Jesus caiu várias vezes sob o peso da cruz a caminho do Calvário (Tradição da Igreja de Jerusalém).
A Sagrada Escritura não faz referência às quedas de Jesus, mas e logico que perdesse o equilíbrio muitas vezes, devido à perda de sangue provocada pelos ferimentos dos azorragues e às dores musculares insuportáveis. A tortura da coroa de espinhos, o peso do madeiro... não há palavras! Todos temos experiência de ter tropeçado e caído ao chão. Com que rapidez nos levantamos para não dar espectáculo ridículo! Contempla Jesus no chão e todos ao seu redor a fazer troça e a dar alguns pontapés para que Se levantasse sozinho. Que ridículo, que humilhação, meu Deus! Diz o Salmo: Mas eu sou um verme e não um homem, vergonha da gente, desprezo do povo; ao ver-me fazem troça de mim, fazem caretas, abanam a cabeça (Sal 22, 7-8).
Jesus sofre com todos aqueles que tropeçam na mesma pedra e caem sem forças vítimas do álcool, da droga e de outras dependências que os escravizam, para que, apoiados n’Ele e naqueles que os ajudam, possam levantar-se.

7ª Estação – O Cireneu ajuda a levar a cruz
Quando O levavam, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo (Lc, 23, 26).
e obrigaram-no a levar a cruz de Jesus (Mt 27, 32).
Simão era um jovem e forte agricultor que vinha de trabalhar no campo. Obrigaram-no a levar a cruz do Senhor, não por compaixão mas por medo de que morresse no caminho. Simão oferece resistência, mas a imposição por parte dos soldados era radical. Teve de aceitar à força. Em contacto com Jesus, vai mudando a atitude do seu coração e termina partilhando a situação daquele desconhecido condenado que em silêncio leva um peso superior às suas débeis forças. É muito importante para os cristãos descobrir o que acontece a seu lado e dar-se conta das pessoas que necessitam de nós!
Jesus sentiu-Se aliviado com a ajuda do Cireneu. Milhares de jovens de todas as raças, de qualquer condição social e religião, marginalizados pela sociedade, encontram diariamente cireneus generosos que sabem abraçar a cruz com abnegação e caminhar com eles.

8ª Estação - A Verónica limpa o rosto de Jesus
Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: “Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos (Lc 23.2 7-28).
O Senhor guarda-o e conserva-lhe a vida, para que seja ditoso na terra, e não o entrega ao ódio dos seus inimigos (Sal 41, 3).
Seguia-O uma multidão de povo e um grupo de mulheres que batiam no peito e se lamentavam chorando. Jesus voltou-Se e disse-lhes: Não choreis por Mim, chorai por vós mesmas e pelos vossos filhos. Chorai, não com lágrimas de tristeza que endurece o coração e o predispõe a cometer novos crimes… chorai lágrimas piedosas de súplica ao céu, pedindo misericórdia e perdão. Unia das mulheres, como vida ao ver o rosto de Jesus cheio de sangue, de terra e de cuspidelas, passou corajosamente pelo meio dos soldados e chegou junto d’Ele. Tirou o lenço e limpou-Lhe a face com delicadeza. Um soldado afastou-a com brutalidade, mas, ao ver o lenço, reparou que tinha impresso o rosto ensanguentado e doloroso de Cristo.
Jesus tem pena das mulheres de Jerusalém e no pano da Verónica deixa impresso o seu rosto, que evoca o de tantos homens que foram desfigurados por regimes ateus que destroem a pessoa e a privam da sua dignidade.

9ª Estação - Jesus é despojado das suas vestes
Crucificaram-n’O e repartiram entre si as suas vestes deitando-as à sorte (Mc 15, 24).
Desde a planta do pé até ao alto da cabeça não há nele nada são (Is 1,6).
Enquanto preparam os cravos e as cordas para O crucificar, Jesus permanece de pé. Um soldado sem piedade aproxima-Se e, dando um puxão pela túnica, tira-Lha. Os ferimentos começaram a sangrar de novo causando-Lhe uma dor terrível. Depois repartiram entre si as suas vestes. Jesus fica nu diante da plebe. Como se fosse um objecto de troça, despojaram-n’O de tudo. Não há maior humilhação nem maior desprezo. Ficou sem nada. As vestes não cobrem só o corpo, mas também o que uma pessoa leva, a sua intimidade, a sua dignidade. Jesus passou por esta humilhação porque carregou com todos os pecados contra a integridade e a pureza e morreu uma só vez para tirar os pecados de todos (Heb 9, 28).
Jesus padece com todos os sofrimentos das vítimas de genocídios humanos, com a violência brutal desenfreada, as violações e abusos sexuais, os crimes de crianças e de adultos. Quantas pessoas despojadas da sua dignidade da sua inocência, da sua confiança no homem.

10ª Estação - Jesus é pregado na Cruz
E quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda (Lc 23, 33).
Tinham conduzido Jesus até ao Gólgota. Não ia só, acompanhavam-n’O dois ladrões que também seriam crucificados. Crucificaram-n’O; e, com Ele, mais dois: um de cada lado e Jesus no meio (Jo 19, 18). Que imagem incrível! O cordeiro que tira o pecado do mundo faz-se pecado e paga pelos demais. O grande pecado do mundo é “a mentira de Satanás”. E Jesus é condenado por declarar a Verdade de que é o Filho de Deus. A verdade é o argumento para justificar a crucifixão. Impossível descrever o que padeceu fisicamente o corpo de Jesus pregado na cruz. Moralmente, ao ver-se despido e crucificado entre dois malfeitores; e, senti mentalmente, ao ver-se abandonado pelos seus.
Jesus na cruz acolhe o sofrimento de todos os que vivem pregados a situações dolorosas, como tantos pais e mães de família, e tantos jovens que, por falta de trabalho, vivem na precariedade, na pobreza e desespero, sem os recursos necessários para levar por diante as suas famílias e ter uma vida digna.

11ª Estação - Jesus morre na cruz
Jesus exclamou, dando um grande grito: “Pa j, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Dito isto, expirou (Lc 23, 46).
Ao chegarem a Jesus, vendo’O já morto, não Lhe quebram as pernas (Jo 19, 33).
Era sábado, o dia da preparação para a festa da Páscoa. Pilatos autorizou que lhes quebrassem as pernas para apressar a morte e não ficarem pregados durante festa. Jesus já estava morto e um soldado, para se certificar, trespassou-Lhe o coração com uma lança. E assim se cumpriram as escrituras. Então entregou-lh’O para O crucificarem (Jo 19,16). O sol obscureceu-se e o véu (lo Templo rasgou-se ao meio. Tremeu a terra... É o momento sagrado da contemplação. É momento de adoração... de colocar-se perante o corpo do nosso Redentor: sem vida, vilipendiado, triturado, pregado... pagando o preço das nossas maldades, “das minhas maldades”... Senhor, pequei, tem misericórdia de mim, pecador! Ámen.
Jesus morre por mim. Jesus alcança-me a Misericórdia do Pai. Jesus paga tudo o que devia. Que faço eu por Ele? Perante o drama de tantas pessoas crucificadas por tantas injustiças, luto para defender e proclamar a dignidade da pessoa e o evangelho da Vida

12ª Estação – Jesus é descido da Cruz
Pilatos mandou que lh’O entregassem (Mt 27, 57).
José, tomando o corpo de Jesus, envolveu-o num lençol limpo (Mt 27, 59).
Aproximemo-nos de Nossa Senhora e tomemos parte na sua dor. Cristo morreu e é preciso retirá-l’O da cruz. Que passaria pela sua mente? Quem mo tirará? E repetiria de novo como em Nazaré: Faça-se! Mas agora mais unida à entrega incondicional de seu Filho. “Tudo está consumado’ Então apareceu José de Arimateia e Nicodemos que, embora pertencentes ao Sinédrio, não tinham tomado parte na morte do Senhor e tinham pedido a Pilatos o corpo do Mestre a fim de o colocar num sepulcro novo da sua propriedade, muito próxima do Calvário.
Cristo fracassou, fazendo seus todos os fracassos da humanidade. O filho do Homem foi eliminado, partilhando asorte daqueles que por diferentes razões foram considerados a escória da humanidade por não saberem, não poderem,não valerem. São, entre outros, as vítimas da Sida, que, com as chagas da sua cruz, esperam que alguém se ocupe deles.

13ª Estação - Jesus é entregue a sua Mãe
Uma espada trespassará a tua alma (Lc 2, 34).
Vede se há dor semelhante à minha (Lam 2, 12).
Embora todos sejamos culpados da morte de Jesus, nestes momentos tão dolorosos a Virgem Maria necessita do nosso amor e proximidade. A nossa consciência de pecado res arrependidos servir-Lhe-á de consolação. Numa atitude filial coloquemo-nos a seu lado, aprendamos a receber Jesus com a ternura e amor com que Ela recebeu em seus braços o corpo maltratado e sem vida de seu Filho. Haverá dor semelhante à minha? E enquanto preparavam o corpo do Senhor para lhe dar sepultura, “segundo a maneira de sepultar em uso entre os judeus” (Jo 19, 40), Maria, adorando o Mistério que tinha guardado no seu coração sem o compreender, repetiria comovida com o profeta: “Meu povo, que tefiz eu? Em que te contristei? Responde-me!” (Miq 6, 3).
Ao contemplar a dor de Maria, fazemos memória da dor e soledade de tantos pais e mães que perderam os seus filhos devido à fome, enquanto sociedades opulentas, dominadas pelo dragão do consumismo, da perversão materialista, se afundam no absurdo de vidas vazias.

14ª Estação - Jesus é sepultado
Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus. (Jo 19, 42).
José de Arimateia rolou uma grande pedra para a porta do túmulo e retirou-se. (Mt 27, 60).
Devido à proximidade da festa, apressaram-se a preparar o corpo do Senhor para o colocar no sepulcro oferecido por José de Arimateia e Nicodemos. O sepulcro era novo, ninguém tinha sido sepultado nele. Uma vez colocado o corpo sobre a rocha, José mandou rolar a pedra da porta, ficando totalmente fechada a entrada. Se o grão de trigo não morrer... E despois do ruído da pedra ao fechar a entrada do sepulcro, Maria, no silêncio de uma soledade impressionante aperta a espiga que já leva no seu coração como primícias da ressurreição.
Nesta espiga recordamos o trabalho humilde e sacrificado de tantas vidas gastas numa entrega sacrificada ao serviço de Deus e do próximo que esperam a sua fecundidade unidas à morte de Jesus. Aos bons samaritanos, que aparecem em qualquer recanto da terra para partilhar as consequências das forças descontroladas da natureza: terramotos, furacões, tsunamis...

2012-03-08

Envio de mensagens para múltiplas pessoas

(Publico aqui uma mensagem que a Joana enviou há dias a um conjunto de amigos - e desconhecidos - sobre o envio de mensagens para múltiplas pessoas)


Por favor, não partilhem comigo o email de pessoas que eu não conheço nem partilhem o meu email com quem eu não conheço.

Este e-mail foi enviado para mais de 200 pessoas. Como é que eu sei?

Porque os endereços foram todos colocados no campo "To" e não, como seria desejável, no "BCC".
Isso significa que as 200 pessoas que podem não se conhecer umas às outras passaram a ter acesso ao endereço de e-mail umas das outras. É para esses TODOS que estou a enviar. Mas cada pessoa só vê o seu próprio endereço e o meu porque estou a usar o BCC.

Qual é o problema?

Pessoas "não autorizadas" ficam com os contactos umas das outras.
Quando recebemos e-mails não solicitados admiramo-nos. Mas as cadeias de SPAM (correio electrónico não solicitado) começam assim: a maior parte dos programas por omissão (senão for devidamente configurado) colecciona todos os endereços que lhes passam pelas mãos e por isso, se alguma destas pessoas apanhar um vírus, contagia não só o remetente (mas esse seria inevitável), mas também todos os amigos do remetente
porque foi ficando com os mails de cada vez que passou uma 'chain-letter'...

A ideia de uma forma geral é: combater indirectamente o SPAM e, acima de tudo, não partilhar dados pessoais (meus ou os de outras pessoas) com terceiros.

Como informática que sou, venho, então, fazer um pedido... explicando as razões :-)

Quando re-enviarem este tipo de e-mails confirmem primeiro a veracidade. Normalmente estes e-mails são fraudes e são apenas formas de apanhar colecções gigantes de e-mails para depois usar em SPAM.

E também se são actuais. Já recebi umas 20 vezes que ontem desapareceu a mesma criança. É preciso manter a data exacta porque um e-mail pode ser reenviado milhares de vezes.... nestes casos, até é o que se quer.

Depois, se forem mesmo enviar o e-mail para tanta pessoas ao mesmo tempo, que podem não se conhecer umas às outras, então, usem o campo do BCC ("Blind Carbon Copy") que envia para toda a gente, mas não revela os mails todos a toda a gente. Ou seja, quando se usa o "BCC" em vez do "TO" ou do "CC" (Carbon Copy / Com Conhecimento), toda a gente recebe, mas cada um só sabe que recebeu, não sabe quem é que também recebeu o que é mais seguro... se o programa do mail pedir um "TO" obrigatoriamente, pode por-se o nosso próprio mail que serve de confirmação para nós e que, de qualquer maneira, já ia ser revelado no "From".

Se no meio da cadeia isto vai parar a alguém que faz negócio com e-mails, para depois serem usados como SPAM, vamos todos receber mensagens que não queremos e de que não gostamos.

Por isso, em vez de nos queixarmos das mensagens não solicitadas (SPAM) que recebemos, temos é que nos proteger a nós e aos nossos amigos, sem que para isso tenhamos que deixar de nos divertir e usar "chain-letters" (cadeias de e-mail). :-)

Não pretendo com este email ser ofensiva ou aborrecida, apenas formativa!

Para mais informações, este link é só um exemplo entre muitos:
http://www.netmanners.com/email-etiquette/dont-brush-off-email-privacy/

Estou só a mandar para os elos da cadeia que chegou a mim, se quiserem, avisem e ensinem os vossos amigos... :-)

O método do BCC deve ser utilizado sempre que as pessoas que vão receber o e-mail não se conhecem e não se precisam de contactar na resposta. O CC ou o TO é usado para e-mails onde eventuais respostas devem ser do conhecimento de todos os listados.

Decidi fazer a minha parte enviando esta mensagem sempre que recebo algum e-mail onde me são revelados mais de 10 e-mails desconhecidos.

Por favor, divulguem!


2012-03-05

O Velho, o Rapaz e o Burro

(Conto Popular)

Vivia no monte um homem muito velho que tinha na sua companhia um neto. Certo dia o velho resolveu descer à aldeia com o seu burro fazendo-se acompanhar do neto. Seguiam a pé, o velho à frente seguido do burro e atrás o neto. Ao passarem por uma povoação logo foram criticados pelos que observavam a sua passagem:
- Olhem aqueles patetas. ali com um burro e vão a pé.
O velho disse ao neto que se montasse no burro e este assim fez. Um pouco mais adiante passaram junto de outras pessoas que logo opinaram:
-0 rapaz que é forte montado no burro e o velho, coitado, é que vai a pé.
Então o velho mandou apear o neto e montou ele no burro Andaram um pouco mais até que encontraram novo grupo de pessoas e mais uma vez foram censurados:
- Olhem para isto. A pobre criança a pé e ele repimpado no burro.
Ordenou então o velho ao neto:
- Sobe rapaz, seguimos os dois montados no burro.
O rapaz obedeceu de imediato e continuaram a viagem mas um pouco mais adiante um grupo de pessoas enfrentou-os com indignação:
- Apeiem-se homens cruéis. Querem matar o burrinho??
Descendo do burro, disse o velho ao rapaz:
- Desce. Continuamos a viagem como começámos. Está visto que não podemos calar a boca ao mundo.

Cada cabeça, sua sentença!

2012-03-01

O acordo ortográfico e o futuro da língua portuguesa

Maria Clara Assunção, 14 AGOSTO 2009

Tem-se falado muito do Acordo Ortográfico e da necessidade de a língua evoluir no sentido da simplificação, eliminando letras desnecessárias e acompanhando a forma como as pessoas realmente falam. Sempre combati o dito Acordo mas, pensando bem, até começo a pensar que este peca por defeito. Acho que toda a escrita deveria ser repensada, tornando-a mais moderna, mais simples, mais fácil de aprender pelos estrangeiros.

Comecemos pelas consoantes mudas: deviam ser todas eliminadas.
É um fato que não se pronunciam. Se não se pronunciam, porque ão-de escrever-se? O que estão lá a fazer? Aliás, o qe estão lá a fazer? Defendo qe todas as letras qe não se pronunciam devem ser, pura e simplesmente, eliminadas da escrita já qe não existem na oralidade.

Outra complicação decorre da leitura igual qe se faz de letras diferentes e das leituras diferentes qe pode ter a mesma letra.
Porqe é qe “assunção” se escreve com “ç” e “ascensão” se escreve com “s”?
Seria muito mais fácil para as nossas crianças atribuír um som único a cada letra até porqe, quando aprendem o alfabeto, lhes atribuem um único nome. Além disso, os teclados portugueses deixariam de ser diferentes se eliminássemos liminarmente o “ç”.
Por isso, proponho qe o próximo acordo ortográfico elimine o “ç” e o substitua por um simples “s” o qual passaria a ter um único som.

Como consequência, também os “ss” deixariam de ser nesesários já qe um “s” se pasará a ler sempre e apenas “s”.
Esta é uma enorme simplificasão com amplas consequências económicas, designadamente ao nível da redusão do número de carateres a uzar. Claro, “uzar”, é isso mesmo, se o “s” pasar a ter sempre o som de “s” o som “z” pasará a ser sempre reprezentado por um “z”.
Simples não é? se o som é “s”, escreve-se sempre com s. Se o som é “z” escreve-se sempre com “z”.

Quanto ao “c” (que se diz “cê” mas qe, na maior parte dos casos, tem valor de “q”) pode, com vantagem, ser substituído pelo “q”. Sou patriota e defendo a língua portugueza, não qonqordo qom a introdusão de letras estrangeiras. Nada de “k”.

Não pensem qe me esqesi do som “ch”.
O som “ch” pasa a ser reprezentado pela letra “x”. Alguém dix “csix” para dezinar o “x”? Ninguém, pois não? O “x” xama-se “xis”. Poix é iso mexmo qe fiqa.

Qomo podem ver, já eliminámox o “c”, o “h”, o “p” e o “u” inúteix, a tripla leitura da letra “s” e também a tripla leitura da letra “x”.

Reparem qomo, gradualmente, a exqrita se torna menox eqívoca, maix fluida, maix qursiva, maix expontânea, maix simplex. Não, não leiam “simpléqs”, leiam simplex. O som “qs” pasa a ser exqrito “qs” u qe é muito maix qonforme à leitura natural.

No entanto, ax mudansax na ortografia podem ainda ir maix longe, melhorar qonsideravelmente.

Vejamox o qaso do som “j”. Umax vezex excrevemox exte som qom “j” outrax vezex qom “g”. Para qê qomplicar?!?
Se uzarmox sempre o “j” para o som “j” não presizamox do “u” a segir à letra “g” poix exta terá, sempre, o som “g” e nunqa o som “j”. Serto? Maix uma letra muda qe eliminamox.

É impresionante a quantidade de ambivalênsiax e de letras inuteix qe a língua portugesa tem! Uma língua qe tem pretensõex a ser a qinta língua maix falada do planeta, qomo pode impôr-se qom tantax qompliqasõex? Qomo pode expalhar-se pelo mundo, qomo póde tornar-se realmente impurtante se não aqompanha a evolusão natural da oralidade?

Outro problema é o dox asentox. Ox asentox só qompliqam!
Se qada vogal tiver sempre o mexmo som, ox asentox tornam-se dexnesesáriox.

A qextão a qoloqar é: á alternativa? Se não ouver alternativa, pasiênsia.

É o qazo da letra “a”. Umax vezex lê-se “á”, aberto, outrax vezex lê-se “â”, fexado. Nada a fazer.

Max, em outrox qazos, á alternativax.
Vejamox o “o”: umax vezex lê-se “ó”, outrax vezex lê-se “u” e outrax, ainda, lê-se “ô”. Seria tão maix fásil se aqabásemox qom isso! Para qe é qe temux o “u”? Para u uzar, não? Se u som “u” pasar a ser sempre reprezentado pela letra “u” fiqa tudo tão maix fásil! Pur seu lado, u “o” pasa a suar sempre “ó”, tornandu até dexnesesáriu u asentu.

Já nu qazu da letra “e”, também pudemux fazer alguma qoiza: quandu soa “é”, abertu, pudemux usar u “e”. U mexmu para u som “ê”. Max quandu u “e” se lê “i”, deverá ser subxtituídu pelu “i”. I naqelex qazux em qe u “e” se lê “â” deve ser subxtituidu pelu “a”.
Sempre. Simplex i sem qompliqasõex.

Pudemux ainda melhurar maix alguma qoiza: eliminamux u “til” subxtituindu, nus ditongux, “ão” pur “aum”, “ães” – ou melhor “ãix” - pur “ainx” i “õix” pur “oinx”.
Ixtu até satixfax aqeles xatux purixtax da língua qe goxtaum tantu de arqaíxmux.

Pensu qe ainda puderiamux prupor maix algumax melhuriax max parese-me qe exte breve ezersísiu já e sufisiente para todux perseberem qomu a simplifiqasaum i a aprosimasaum da ortografia à oralidade so pode trazer vantajainx qompetitivax para a língua purtugeza i para a sua aixpansaum nu mundu.

Será qe algum dia xegaremux a exta perfaisaum?

2012-02-21

Curso de Planeamento Familiar Natural

A Associação Família e Sociedade vai realizar o próximo curso de Métodos Naturais de Planeamento Familiar, nos dias 17 e 31 de Março de 2012, em Lisboa, no Auditório da Rádio Renascença (R. Ivens 14).

1. O que é o PFN?
É um conjunto de métodos que permitem distinguir o período fértil do infértil e assim alcançar ou espaçar as gravidezes.

2. É difícil de aprender?
Não. Mas convém fazer um curso breve para aprendizagem e utilização com eficácia

3. Baseiam-se em quê?
Têm como base a observação dos sinais de fertilidade do organismo.

4. São eficazes?
Se bem aprendidos e utilizados de acordo com as normas, o método sintotérmico tem uma eficácia superior a 99% (idêntica à da pílula).

5. Tem outras vantagens?
Não tem efeitos adversos, não supõe gastos , fomenta o diálogo e reforça a relação do casal.

6. A quem se dirige?
A noivos, casais e profissionais de saúde.

Caso seja necessário alguma informação adicional poderá contactar a Associação preferencialmente pelo Email familiasociedade@sapo.pt ou pelo telefone 21 314 95 85 das 10h às 14 horas, (2ª a 6ª)
Morada: R. Viriato, nº 23 - 6º Dto. - 1050 - 234Lisboa

Site: www.familiaesociedade.org.

Acho que este curso é muito bom e vale mesmo a pena!
É sempre melhor ouvir e aprender primeiro e julgar depois! ;)

2012-02-18

Horário do Bar Terraço do CCB



2012-02-13

DPCDPL, PPCPPL e Dropbox

A tecnologia informática continua a evoluir...
Onde antes se usava o DPCDPL*, hoje usa-se o PPCPPL**.
Mas há também quem use o DropBox ;) É preciso é ter cuidado com o que lá se coloca pois a privacidade não é 100% garantida.

* - Diskette Para Cá, Diskette Para Lá
** - Pen Para Cá, Pen Para Lá

(esta piada foi-me contada por um aluno da LEIC aqui há uns anos, ainda antes de Bolonha, e nunca mais me esqueci)

O Aborto em Portugal desde 2007

Principais conclusões do estudo sobre o aborto em Portugal desde 2007

1. Desde 2007 realizaram-se em Portugal mais de 80 mil abortos legais “por opção da mulher”;
2. A reincidência do aborto tem vindo a aumentar consideravelmente. Em 2010, houve 4600 repetições de aborto, das quais mil representaram duas ou mais repetições;
3. As complicações do aborto legal para a mulher têm vindo a aumentar todos os anos, registando-se mesmo uma morte em 2010 (facto que não acontecia desde 1994);
4. A intensidade do aborto é maior nas mulheres mais instruídas, com idades compreendidas entre os 20 e os 35 anos;
5. Desde o primeiro ano da implementação da lei houve um aumento de 30% no número de abortos por ano (15 mil no primeiro ano e 19 mil nos últimos anos);
6. Desde os anos 80, Portugal acumula um défice de 1.200.000 nascimentos, necessários para assegurar a renovação das gerações e a sustentabilidade do País. Desde 2010 que esse gap não é compensado pela emigração.
7. Os dados do aborto fornecidos pela Direcção Geral de Saúde têm vindo a perder transparência e rigor: não há relatórios semestrais desde 2009 e a informação contida nos relatórios é menor desde 2007.

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