2011-12-15

Fantasia

Ao ouvir música clássica no trabalho lembro-me muitas vezes do Fantasia da Disney, essa obra prima que já não vejo há tantos anos!

E pensei, será que já há em bluray?



Parece que sim :)

2011-12-13

Acção de chamada

Hoje fiquei a saber que uma das possíveis traduções para 'Recall' é "acção de chamada" e outra é "acção de campo".
É bom saber! Espero que o trabalho que estou a desenvolver vá facilitar muitas acções de chamada? ;)

2011-12-09

Monsieur Vincent

Monsieur Vincent


Este filme também fez parte do Ciclo de Cinema Católico 2011.
Conta a história de (São) Vicente de Paulo.

2011-12-07

2011-11-28

Como despertar a pergunta sobre Deus?

DESTAQUES

Mas como despertar a pergunta sobre Deus?

A pergunta sobre Deus desperta no encontro com quem tem o dom da fé.
Conhece-se Deus através dos homens e mulheres que o conhecem.

O homem contemporâneo precisa de ver com os seus olhos
e tocar com as mãos que com Deus ou sem Deus tudo é diferente.

Mas a mentalidade fechada ao transcendente obriga os próprios cristãos a voltar de modo mais decidido à centralidade de Deus.

Na verdade, os cristãos não habitam um planeta distante, imune contra as "doenças" do mundo. Por isso não é menos urgente repropor a questão de Deus também no próprio tecido eclesial.

Quantas vezes, apesar de definir-se cristãos, Deus de facto não é o ponto de referência central no modo de pensar e de agir, nas escolhas fundamentais da vida.


TEXTO DESENVOLVIDO

Mas como despertar a pergunta sobre Deus, para que se torne a questão fundamental?

Caros amigos, se é verdade que «ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa» (Deus caritas est, 1), a pergunta sobre Deus desperta no encontro com quem tem o dom da fé, com quem tem uma relação com o Senhor.

Conhece-se Deus através dos homens e mulheres que o conhecem: a estrada que conduz até Ele passa, de modo concreto, através de quem já o encontrou. Aqui o vosso papel de fiéis leigos é particularmente importante.
Como observa a Christifideles Laici, é esta a vossa vocação específica: na missão da Igreja «...cabe aos fiéis leigos um lugar de relevo, em razão da sua "índole secular", que os empenha, com modalidades próprias e insubstituíveis, na animação cristã da ordem temporal.» (n. 36).

Sois chamados a dar um testemunho transparente da relevância da questão de Deus em todos os campos do pensar e do agir. Na família, no trabalho, e também na política e na economia, o homem contemporâneo precisa de ver com os seus olhos e tocar com as mãos que com Deus ou sem Deus tudo é diferente.

Mas o desafio lançado por uma mentalidade fechada ao transcendente obriga ainda os próprios cristãos a voltar de modo mais decidido à centralidade de Deus. Às vezes tem-se insistido para que a presença dos cristãos no campo social, na política e na economia seja mais incisiva, e talvez não nos tenhamos preocupado na mesma medida com a solidez da sua fé, como se a fé fosse um dado adquirido de uma vez por todas.

Na verdade, os cristãos não habitam um planeta distante, imune contra as "doenças" do mundo; partilham as perturbações, as desorientações e as dificuldades do seu tempo.

Por isso não é menos urgente repropor a questão de Deus também no próprio tecido eclesial.

Quantas vezes, apesar de definir-se cristãos, Deus de facto não é o ponto de referência central no modo de pensar e de agir, nas escolhas fundamentais da vida.

A primeira resposta ao grande desafio do nosso tempo está, portanto, na profunda conversão do nosso coração, para que o Baptismo que nos tornou luz do mundo e sal da terra possa verdadeiramente transformar-nos.


Fonte: http://magisterobenedettoxvi.blogspot.com/2011/11/il-papa-i-cristiani-non-abitano-un.html

2011-11-22

A Crise - Desafio a uma Mudança

Quer queiramos quer não, a crise existe. E está a mudar as condições de vida de milhões de pessoas,
em muitos países, e seguramente também em Portugal: há mais pobres, há cada vez mais
empresas a fechar, arriscamo-nos a ficar ainda mais à margem do desenvolvimento mundial, a
sermos despromovidos a país de segunda categoria.

Ler mais: Comunhão e Libertação

2011-11-19

Por um liberalismo conservador

Henrique Raposo, Expresso, 2011-11-18

I. Como deve ser a economia de uma sociedade justa? Bom, a resposta passa necessariamente por aquele ambiente cosmopolita que é normalmente identificado através da sua alcunha: o mercado. Porém, este ensaio não procura fazer a enésima defesa da superioridade do mercado. Ao invés, este ensaio tenta reinvocar elementos da tradição liberal que estão a montante do mercado. No fundo, desenvolvemos aqui um argumento político e social, flanqueando assim o economês reinante no espaço público. E esse argumento mui clássico é o seguinte: sem um Estado de Direito forte e sem um conjunto robusto de "corpos intermédios", o mercado não é eficaz e, por arrastamento, não é possível criar uma sociedade justa.

II. A economia de uma sociedade justa precisa de confiança. Sim, confiança. Esta variável qualitativa não tem uma forma quantitativa (não se mede em gráficos e tabelas), mas é de suprema importância. Nós sabemos - desde Adam Smith - que a confiança é o eixo orgânico das trocas comerciais. Ora, sucede que esta confiança não é um factor económico. Ou seja, nós não geramos confiança através de ferramentas económicas. A confiança é gerada através de factores institucionais (Estado de Direito) e sociais ("corpos intermédios").

III. Vale a pena reafirmar a evidência civilizacional: sem um Estado de Direito célere e forte, o mercado não funciona. Não é possível manter uma economia de mercado saudável sem aquele ambiente de previsibilidade garantido pela lei e pelos tribunais. O mercado é orgânico, sim senhora, mas assenta em contratos legais muito mecânicos. Por outras palavras, sem a mecânica do Estado de Direito, a natureza orgânica do mercado não funciona (quem pensar o contrário é um optimista antropológico sem emenda). E parece-nos que, nas últimas décadas, alguma euforia liberal (ex.: a ideia do mundo plano e sem fronteiras) negligenciou esta dimensão política e legal da economia.

IV. Neste momento, a ausência de um Estado de Direito na China é um dos factores que gera desconfiança entre Washington e Pequim (ex.: a questão dos direitos de autor, sempre desrespeitados pelos chineses). Não por acaso, os intelectuais indianos gostam sempre de colocar em cima da mesa a seguinte narrativa: "Índia (Estado de Direito) versus China (regime autoritário sem Estado de Direito)". E, de facto, podemos aceitar - sem grande controvérsia - a ideia de que a Índia, apesar de ser mais proteccionista, é mais previsível a longo prazo do que a China. Um contrato vale mais na Índia do que na China.

V. Mas não é preciso ir até à Índia para compreendermos a importância do Estado de Direito. Basta olhar aqui para Portugal. Como se sabe, Portugal atravessa uma crise há mais de uma década. Em Lisboa, existe um enorme debate em torno das soluções para a crise. Maior ou menor flexibilidade laboral? Maior ou menor intervenção do Estado? Ora, todas estas discussões económicas são interessantes, mas estão situadas a jusante. A montante, a economia portuguesa tem um problema de fundo: a morosidade da justiça. Em Portugal, um empresário leva - em média - 1600 dias para reaver uma dívida pela via legal. Isto quer dizer que - na prática - a sociedade portuguesa não respeita o primado do contrato. Como é óbvio, este facto afugenta investidores e empresários. Quem é que quer investir numa sociedade que leva quase cinco anos a desbloquear uma dívida? Em consequência, o investimento directo estrangeiro representa apenas 2,4% do PIB português (na Bélgica é de 12,5%). A par da desconfiança (aceitar um cliente novo pode significar dívidas, e não lucro), esta morosidade judicial cria uma imensa injustiça, digamos, social: se uma grande empresa tem a estrutura para suportar vários calotes, uma pequena empresa já não tem essa resistência. Moral da história: sem um Estado de Direito eficaz, nem um ressuscitado Adam Smith conseguiria reerguer a economia portuguesa.

VI. A par do Estado de Direito, outro factor é fundamental para a criação da confiança: um conjunto forte e alargado de "corpos intermédios". Recordando Tocqueville, convém dizer que o Estado moderno e burocrático não é apenas uma ameaça para o indivíduo per se. O Estado também é uma ameaça para os "corpos intermédios" da sociedade, a saber: as igrejas, as associações, as misericórdias, as escolas, as universidades, os clubes, os laços de vizinhança, etc., etc. Esta rede de relações orgânicas é a base do chamado capital social. E este capital social é a argamassa cívica que une os indivíduos, isto é, a tal confiança. Neste sentido, vale a pena reinvocar um argumento clássico que está mais ou menos esquecido: a religiosidade dos americanos é um dos factores que sustenta - há séculos - a economia dos EUA. Ao frequentarem constantemente as igrejas das suas comunidades, os americanos criam laços de confiança, que, depois, são úteis nas relações económicas. Pode parecer estranho, mas os laços paroquiais são tão ou mais importantes do que a bolsa de valores na formação de uma economia justa.

VII. Em resumo, este ensaio defende que a economia de uma sociedade justa deve assentar num liberalismo conservador. Sim, com certeza, o mercado é a melhor forma de criar riqueza, mas o dito mercado tem de actuar num cenário marcado pelo rigor institucional e pela pluralidade orgânica dos corpos intermédios. Sem um Estado de Direito forte e sem comunidades interligadas por capital social (e religioso), o mercado nunca será eficaz. Por outras palavras, não podemos esquecer que a tradição liberal nasceu em debates religiosos e políticos, e não em debates estritamente económicos.

2011-11-18

PJ 20

Pearl Jam 20 soundtrack


Que bela música para começar o meu 34º aniversário! :)
Obrigado Jo! A letra do "walk with me" foi escrita para nós! ;)

"
I feel your love
I feel your strong love
I feel the patience
Of unconditional love
I feel the strength
I feel your faith in me
I'll never let you down no matter what you do
If you just walk with me and let me walk with you
I'm on this journey
I don't wanna walk alone
Walk with me
"

2011-11-17

Tudo ou nada

Raquel Abecasis, RR on-line, 2011-11-14

Cavaco disse nos Estados Unidos que, para resolver a crise europeia, é preciso que o Banco Central Europeu faça na Europa o que o banco federal americano faz nos Estados Unidos para salvar a América destas tormentas.

É uma realidade que parece uma verdade, de Monsieur de La Palisse para qualquer comum mortal que olhe para o mal europeu. Se resulta do lado de lá do Atlântico, porque não há-de resultar do lado de cá?
A resposta só pode ser uma: com as coisas como estão, se estivessem de boa fé, os líderes europeus deveriam, pelo menos, tentar aquela que parece ser a solução mais óbvia.
Não tentam porquê? Porque querem conseguir o impossível: ter os "Estados Unidos da Europa" sem a regra básica da solidariedade entre os Estados. Querem conseguir o sucesso americano sem o esforço americano.
Os mercados já o perceberam e não vão deixar que a Europa continue a brincar aos estados federados. Por isso, bem podem vir a sra. Merkel e o sr. Sarkozi com falinhas mansas - ou, ainda, o inefável Durão Barroso com os seus discursos “não me comprometam” -, que esta guerra sem quartel não vai deixar os europeus dormirem descansados.
Dêem as voltas que derem, os europeus estão obrigados pelos mercados a dar um passo à frente ou a desistirem deste projecto. Agora, já não há gregos, nem portugueses nem alemães. Ou a Europa age como um todo ou desaparece.

2011-10-30

O esplendor da presença das coisas

Dedicada à minha (valente) irmã!

A coisa mais antiga de que me lembro é dum quarto em frente do mar dentro do qual estava, poisada em cima de uma mesa, uma maçã enorme e vermelha. Do brilho do mar e do vermelho da maçã erguia-se uma felicidade irrecusável, nua e inteira. Não era nada de fantástico, não era nada de imaginário: era a própria presença do real que eu descobria. Mais tarde a obra de outros artistas veio confirmar a objectividade do meu próprio olhar. Em Homero reconheci essa felicidade nua e inteira, esse esplendor da presença das coisas. E também a reconheci intensa, atenta e acesa na pintura de Amadeo de Souza-Cardoso. Dizer que a obra de arte faz parte da cultura é uma coisa um pouco escolar e artificial. A obra de arte faz parte do real e é destino, realização, salvação e vida.

Sempre a poesia foi para mim uma perseguição do real. Um poema foi sempre um círculo traçado à roda duma coisa, um círculo onde o pássaro do real fica preso. E se a minha poesia, tendo partido do ar, do amor e da luz, evoluiu, evoluiu sempre dentro dessa busca atenta. Quem procura uma relação justa com a pedra, com a árvore, com o rio, é necessariamente levado, pelo espírito de verdade que o anima, a procurar uma relação justa com o homem. Aquele que vê o espantoso esplendor do mundo é logicamente levado a ver o espantoso sofrimento do mundo. Aquele que vê o fenómeno quer ver todo o fenómeno. É apenas uma questão de atenção, de sequência e de rigor (...).

Descrição por Sophia de Mello Breyner da sua Arte Poética num texto lido em 11 de Julho de 1964, no almoço de homenagem promovido pela Sociedade Portuguesa de escritores, por ocasião da entrega do grande Prémio de Poesia, atribuído a Livro Sexto.

Via http://o-povo.blogspot.com/ e http://viverintensamenteoreal.blogspot.com/

Bem-vindo Tiago!


Mais um Pinto no mundo! Bem-vindo querido sobrinho! :)

2011-10-28

Actualização de dados na Ordem dos Engenheiros

Mantenha os seus dados actualizados. Em qualquer momento poderá actualizá-los e/ou indicar um endereço complementar enviando um e-mail para a Região ou Secção Regional da Ordem em que está inscrito.

2011-10-26

Talkdesk

Transcrevo a seguir excertos de uma mensagem da Coordenação de Engenharia de Redes e Comunicações do IST Taguspark.


Caros alunos da LERC e do MERC,

Partilho convosco uma história que considero interessante para todos nós e nos enche de orgulho.

A Cristina Fonseca e o Tiago Paiva, dois ex-alunos recentes do MERC (terminaram em 2010/2011), decidiram concorrer, em finais de Julho, a um concurso lançado pela empresa Twilio (http://www.twilio.com/), cujo objectivo era desenvolver aplicações para um serviço de telefonia através de browser. Ganharam o concurso com o protótipo Talkdesk.

O Talkdesk é uma plataforma que permite a qualquer cliente criar um call center na cloud eliminando o overhead dos tradicionais call centers. Em menos de 5 minutos uma empresa pode começar a responder a chamadas telefónicas usando apenas o computador. Para além disso, o Talkdesk integra com outros sistemas e permite ao agente que atende a chamada saber mais informações sobre o cliente que está a ligar (http://blog.programmableweb.com/2011/08/23/real-companies-spring-from-latest-twilio-contest/).

(...)

Esta “proeza” foi notícia de página inteira no Expresso Emprego do passado fim-de-semana. Podem lê-la em https://dspace.ist.utl.pt/bitstream/2295/1024458/1/TalkdeskExpressoOut2011.pdf.

Já agora posso acrescentar que a Cristina e o Tiago também foram meus alunos de "Sistemas Distribuídos" e que lhes desejo as maiores felicidades e a continuação de bom trabalho!

2011-10-23

Evangelizar e Missionar

A única forma de evangelizar e missionar à intra ou à extra é pelo exercício da caridade para com o próximo. Se os cristãos não priorizam na sua vida pessoal este aspecto, não encontraremos aquilo que serviu, ao longo de séculos, como o cartão de visita da Igreja Católica: vêde como eles se amam e amam os outros!

Pe. José Luís Costa, Tuba do Cabo

Respostas sobre Jesus Cristo e a Igreja Católica

54 respostas a perguntas sobre Jesus Cristo e a Igreja:

Formato Web
Formato PDF

Vale a pena ler!

2011-10-21

Curso de Planeamento Familiar Natural

A Associação Família e Sociedade vai realizar o próximo curso de Métodos Naturais de Planeamento Familiar, nos dias 12 e 19 de Novembro de 2011, em Lisboa, no Auditório da Rádio Renascença (R. Ivens 14).

Mais informação disponível em www.familiaesociedade.org.

2011-10-18

Ligar os pontos

Pe. José Tolentino Mendonça, Agência Ecclesia 2011-10-11

Numa cultura que se recusa a encarar [a doença e a morte] … Steve Jobs deixa um testemunho exemplar de sabedoria e humanidade

É estranho dizer-se de um homem que morre aos 56 anos que tenha tido três vidas. Mas é isso que apetece dizer quando se escuta o inspirador discurso que Steve Jobs fez em 2005, na entrega de diplomas da universidade de Stanford, e que hoje podemos perceber claramente como uma espécie de testamento. Jobs conta, então, três histórias, que correspondem a momentos-chave do seu percurso. A primeira descreve os seus difíceis começos e ele chama-lhe “ligar os pontos”. O arranque da vida não podia ser mais áspero. Entregue para a adoção assim que nasceu, uma adolescência hesitante, a entrada numa universidade que os pais não conseguiam pagar nem ele verdadeiramente suportava, a dureza de uma juventude feita de biscates, meio à deriva…Mas no meio disso, a aprendizagem pessoal do valor das coisas, a busca exigente daquilo que realmente gostava e aceitar pagar o preço, em dedicação e esforço. Ele conta, por exemplo, que escolheu frequentar minuciosamente um bizarro curso de caligrafia. Só dez anos mais tarde, quando inventou o revolucionário Macintosh, percebeu que esse conhecimento viria a ter uma aplicação preciosa. Como diz Steve Jobs, precisamos confiar que os pontos dispersos do nosso percurso se vão ligar e receber daí confiança para seguir um caminho diferente do previsto.

A segunda história é sobre o amor e a perda. Ele inventou com um amigo, na garagem da sua casa, um negócio que, em apenas uma década, passou a mover 2 biliões de dólares e 4000 empregados. E, precisamente, quando julgava ter alcançado o auge despedem-no. Impressionante é o modo como integra este golpe, depois de um primeiro atordoamento: «Decidi começar de novo. E isso deu-me liberdade para começar um dos períodos mais criativos da minha vida». A verdade é que ele se reinventa e volta à liderança da empresa da qual havia sido dispensado.

A terceira história é acerca da doença e da morte. E numa cultura que se recusa a encarar qualquer uma delas, Steve Jobs deixa um testemunho exemplar de sabedoria e humanidade: «A morte é muito provavelmente a melhor invenção da Vida…O nosso tempo é limitado então não o desperdicemos… Tenhamos a coragem de seguir o nosso coração». Por isso, a sua morte recente não nos obriga apenas a lembrar a revolução tecnológica que ele aproximou dos nossos quotidianos. Ela obriga-nos a arriscar “ligar os pontos” dentro de nós.

2011-10-14

Horas difíceis

Perder 1/7 do rendimento anual é duro...
É nas horas difíceis que se vê de que fibra somos feitos. Vamos a isto: arregaçar as mangas e trabalhar mais e melhor!

2011-09-28

Um testemunho emocionado das JMJ

Pe. Luis Miguel Hernández


O momento mais impressionante da semana passada em Madrid por ocasião das JMJ foi para mim a vigília do Sábado à noite. A chuva e a trovoada contrastaram com o severo Sol espanhol, que nos acompanhou durante os dias passados na cidade. Mas, sobretudo, viu-se a verdade deste evento de maneira exemplar. Cheguei ao aeródromo de Cuatro Vientos por volta das 16 horas, acompanhando um grupo de mil e duzentos universitários do Movimento de Comunhão e Libertação [uns 100 portugueses; uma dúzia de Alverca]. Já o nosso primeiro impacto ao chegar foi desarmante: o rio contínuo de jovens era mais do esperado e, na planície, ao tentar alcançar o sector E6 que nos tinha sido assignado, apercebemo-nos de que teria sido impossível entrar nele. A pesar de cada sector estar preparado para acolher umas 40 mil pessoas, e a distância ao palco ser já notável, parecia infinita a multidão de colchonetes e sacos-cama, mochilas e pessoas que os carregavam. Tivemos de nos instalar sobre uma pista de aterragem, próximos duma das saídas do campo militar, onde (acho eu) já não estava previsto alojar peregrinos. E os voluntários diziam-nos que ainda havia muita gente que esperava para entrar nas portas. Uma vez encontrado o lugar para passar a noite, donde víamos de longe um écran grande como uma unha e ouvíamos pouco (se não fosse pelos rádios), ficámos a descontrair procurando os amigos, preparando os nossos mais ou menos sofisticados leitos e jantando alguma coisa antes da vigília com o Santo Padre. Sem saber o que se estava a aproximar, alegrámo-nos quando algumas nuvens cobriram o riguroso Sol madrileno. Os bombeiros, divertidos a banhar com as mangueiras os peregrinos mais acalorados, tiveram de ir embora. Pelos altifalantes e pelo rádio anunciam que está a chegar Bento XVI. Percebe-se também pelos gritos de longe: «Esta é a juventude do Papa», canta-se, uma espécie de hino que nos acompanhou em cada encontro. Começam também outros gritos: são as primeiras pessoas a quem o vento está a levar os bonés, o lixo amontoado ou até o saco-cama. De facto, chegam algumas inesperadas lufadas de vento, que nos apanham por surpresa. Enquanto o Santo Padre dà umas voltas pelos diferentes sectores e se aproxima do palco principal, ajudamo-nos a recolher todas as nossas coisas em pequenos montes, que os mais expertos e generosos cubrem com plásticos ou com lona e depois, não se sabe como chegou até cá, com uma vedação de metal. Vivemos o momento com grande entusiasmo: enquanto que nos dias anteriores assistimos nas ruas à cerimónia de chegada e à via sacra, sabemos todos que o momento central das Jornadas é esta vigília e a Missa dominical. Esperamos do Papa palavras de conforto, de encorajamento, de fé. Já nos convidou a escutar a voz de Cristo, não como uma voz entre muitas, mas enraízando a nossa existência na busca da verdade. Sugeriu-nos que Deus nos quer responsáveis, inteligentes e livres, para poder falar com Ele e amá-Lo. Mas ainda aguardamos alguma sugestão, como fazer num mundo em que todos e tudo dizem o contrário. Alguns trouxeram um impermeável ou um polar, mas eu não tenho nada para me cubrir. Sento-me com um chapéu-de-chuva numa mão e com um megafone na outra. Assim poderei traduzir do espanhol para aqueles que não têm rádio ou não conseguem ouvir. Terei à minha volta três ou quatro centenas de pessoas. Os rostos, cinzentos como o céu, olham para mim desejosos de ouvir. Por enquanto, não posso reproduzir os belíssimos cantos que escuto, e que durante a semana nos acompanharam numa liturgia sempre essencial, mas muito bem cuidada. Também ouvimos no fundo o hino desta JMJ: «Firmes en la fé, caminamos en Cristo». O Papa é recebido segundo o protocolo, cumprimenta as autoridades e agora escuta cinco perguntas colocadas por jovens de todo o mundo: enquanto vou repetindo pelo megafone, a chuva cresce de intensidade de vez em quando, mas aumenta também a tensão para ouvir: são perguntas muito profundas. Um rapaz inglês, convertido, pergunta como ser fiel na procura da verdade; um jovem noivo fala do seu iminente casamento, e de como a moral da Igreja parece por vezes difícil de se viver; uma rapariga pede uma ajuda para permanecer fiel aos ideais que lhe fazem trabalhar em projectos de desenvolvimento, nos quais não vê frutos... Acabadas as perguntas, a ventania chega também ao palco e ao próprio Santo Padre. Voam os papéis dele, e vemos pelo écran como é coberto por dois ou três chapéus-de-chuva. Aproximam-se dele os secretários e contaram-nos que disse: «Se os jovens ficam, eu também». Que grandeza humana! Alguns grupos de jovens cantam de novo, outros batem palmas; outros permanecem numa espera silenciosa. E Sérgio, sentado ao pé de mim, diz: «Rezemos juntos». Assim pomo-nos a rezar o terço. Era tão grande a minha impotência, que me pareceu uma voz providencial que me apelava à verdade do momento: «Santo Padre, estamos nas tuas mãos... Santa Maria, rogai por nós pecadores... Senhor, somos teus». No rádio, informam que caiu a estructura duma das entradas ao aeródromo, um dos écrans gigantes e que talvez também o som já não funcionasse. A polícia está espantadíssima, porque não se produz o caos e ninguém sai do seu lugar (ao passo que num festival ou estádio qualquer, uma trovoada destas teria causado mortos, asseguram). Depois de três dezenas, parece que o Papa recomeça a falar: «Caros amigos, obrigado pela vossa alegria e pela vossa resistência! O Senhor, com a chuva, mandou-nos muitas bênçãos...». Descontrai e toda a gente ri. Mas, num repente, salta as respostas às perguntas anteriores e começa as orações que dão lugar à adoração eucarística. O discurso estava preparado, mas não vai fazê-lo. Quer passar directamente ao tempo de silêncio perante o Sacramento, ao qual convida a todos. E quase dois milhões de jovens, os mesmos que tinham gritado, cantado, feito festa e invadido a cidade de Madrid, agora ficam em silêncio absoluto. Foi incrível: tinha todos prontos a ouvi-lo, e não pronunciou o seu discurso para nos dizer quem é o verdadeiro protagonista das JMJ, quem é o verdadeiro centro da vida do Papa e a quem dirigir-nos não só hoje, mas sempre. Bento XVI, transparente da Presença bondosa de Deus. Não houve um só coma etílico em toda a semana, diziam estupefactos os serviços de emergência da sanidade de Madrid. Porque, diante da verdade e da beleza destes dias, ninguém queria esquecer nem sequer um instante.

Foto: http://www.flickr.com/photos/madrid011/sets/72157627313866769/

2011-09-27

Oportunidade perdida

O acordo ortográfico foi uma oportunidade perdida em muitos sentidos, mas em especial porque não se aproveitou para acrescentar mais um 'r' a bur(r)ocracia ;)

Gestão de disco cheio

Quando é que o disco do computador se pode considerar cheio? Quando o computador já nem sequer arranca? :) Aí já é claramente um pouco tarde demais. Nestes casos a solução passa por arrancar em modo limitado (modo de segurança no Windows) e mover alguns ficheiros para um disco auxiliar. Em casos mais extremos, é mesmo necessário remover o disco do computador e ligar a outra máquina como se fosse um disco externo. Mas antes que se chegue a esta situação, como prevenir esta situação de disco cheio?

Um disco considera-se cheio quando a sua capacidade livre é inferior a 10% da sua capacidade total. Ou seja, um disco de 100GB considera-se cheio quando tem 10GB livres. É verdade que 10GB ainda dá para guardar muita coisa, mas é um sinal de alerta de que é necessário procurar alternativas.

Uma das melhores alternativas actuais consiste em usar um disco auxiliar externo para os ficheiros de grande dimensão e que são muito pouco actualizados, ou seja, ficheiros grandes e cujo acesso é sobretudo para leitura. Estou a falar de ficheiros de músicas, fotografias e videos, se bem que o critério da leitura pode também escolher ficheiros de trabalho com mais de 1 ou 2 anos.

Não convém depois esquecer que é necessário fazer cópias de salvaguarda (backup) dos ficheiros que estão no computador e no disco auxiliar. Ou seja, será necessário ter um disco de backup do disco principal e do disco auxiliar.


(foto)

2011-09-07

La libertad

La libertad, Sancho, es uno de los más preciosos dones que a los hombres dieron los cielos; con ella no pueden igualarse los tesoros que encierran la tierra y el mar: por la libertad, así como por la honra, se puede y debe aventurar la vida.

Miguel de Cervantes Saavedra
Don Quijote de La Mancha
parte II, capítulo LVIII

2011-08-12

Recordações de João Paulo II

Recordações de João Paulo II de Janusz Poniewierski e Jan Turnau


2011-07-07

Nada me faltará

Maria José Nogueira Pinto, DN 2011-07-07

Acho que descobri a política - como amor da cidade e do seu bem - em casa. Nasci numa família com convicções políticas, com sentido do amor e do serviço de Deus e da Pátria. O meu Avô, Eduardo Pinto da Cunha, adolescente, foi combatente monárquico e depois emigrado, com a família, por causa disso. O meu Pai, Luís, era um patriota que adorava a África portuguesa e aí passava as férias a visitar os filiados do LAG. A minha Mãe, Maria José, lia-nos a mim e às minhas irmãs a Mensagem de Pessoa, quando eu tinha sete anos. A minha Tia e madrinha, a Tia Mimi, quando a guerra de África começou, ofereceu-se para acompanhar pelos sítios mais recônditos de Angola, em teco-tecos, os jornalistas estrangeiros. Aprendi, desde cedo, o dever de não ignorar o que via, ouvia e lia.

Aos dezassete anos, no primeiro ano da Faculdade, furei uma greve associativa. Fi-lo mais por rebeldia contra uma ordem imposta arbitrariamente (mesmo que alternativa) que por qualquer outra coisa. Foi por isso que conheci o Jaime e mudámos as nossas vidas, ficando sempre juntos. Fizemos desde então uma família, com os nossos filhos - o Eduardo, a Catarina, a Teresinha - e com os filhos deles. Há quase quarenta anos.

Procurei, procurámos, sempre viver de acordo com os princípios que tinham a ver com valores ditos tradicionais - Deus e a Pátria -, mas também com a justiça e com a solidariedade em que sempre acreditei e acredito. Tenho tentado deles dar testemunho na vida política e no serviço público. Sem transigências, sem abdicações, sem meter no bolso ideias e convicções.

Convicções que partem de uma fé profunda no amor de Cristo, que sempre nos diz - como repetiu João Paulo II - "não tenhais medo". Graças a Deus nunca tive medo. Nem das fugas, nem dos exílios, nem da perseguição, nem da incerteza. Nem da vida, nem na morte. Suportei as rodas baixas da fortuna, partilhei a humilhação da diáspora dos portugueses de África, conheci o exílio no Brasil e em Espanha. Aprendi a levar a pátria na sola dos sapatos.

Como no salmo, o Senhor foi sempre o meu pastor e por isso nada me faltou -mesmo quando faltava tudo.

Regressada a Portugal, concluí o meu curso e iniciei uma actividade profissional em que procurei sempre servir o Estado e a comunidade com lealdade e com coerência.

Gostei de trabalhar no serviço público, quer em funções de aconselhamento ou assessoria quer como responsável de grandes organizações. Procurei fazer o melhor pelas instituições e pelos que nelas trabalhavam, cuidando dos que por elas eram assistidos. Nunca critérios do sectarismo político moveram ou influenciaram os meus juízos na escolha de colaboradores ou na sua avaliação.

Combatendo ideias e políticas que considerei erradas ou nocivas para o bem comum, sempre respeitei, como pessoas, os seus defensores por convicção, os meus adversários.

A política activa, partidária, também foi importante para mim. Vivi--a com racionalidade, mas também com emoção e até com paixão. Tentei subordiná-la a valores e crenças superiores. E seguir regras éticas também nos meios. Fui deputada, líder parlamentar e vereadora por Lisboa pelo CDS-PP, e depois eleita por duas vezes deputada independente nas listas do PSD.

Também aqui servi o melhor que soube e pude. Bati- -me por causas cívicas, umas vitoriosas, outras derrotadas, desde a defesa da unidade do país contra regionalismos centrífugos, até à defesa da vida e dos mais fracos entre os fracos. Foi em nome deles e das causas em que acredito que, além do combate político directo na representação popular, intervi com regularidade na televisão, rádio, jornais, como aqui no DN.

Nas fraquezas e limites da condição humana, tentei travar esse bom combate de que fala o apóstolo Paulo. E guardei a Fé.

Tem sido bom viver estes tempos felizes e difíceis, porque uma vida boa não é uma boa vida. Estou agora num combate mais pessoal, contra um inimigo subtil, silencioso, traiçoeiro. Neste combate conto com a ciência dos homens e com a graça de Deus, Pai de nós todos, para não ter medo. E também com a família e com os amigos. Esperando o pior, mas confiando no melhor.

Seja qual for o desfecho, como o Senhor é meu pastor, nada me faltará.


Dai-lhe Senhor o eterno descanso.
Que a sua alma descanse em Paz.

2011-07-05

A dinâmica das ondas

João César das Neves, DN 2011-07-04

O Ocidente enfrenta fortes debates à volta da vida e da família, promovendo o aborto, divórcio e homossexualidade. Entretanto o mundo árabe sente momentos de intensa perturbação política. Muitos andam entusiasmados ou assustados com isto. Para o entender é preciso conhecer a dinâmica das ondas.

A sociedade humana vê-se sujeita de tempos a tempos a vagas doutrinais. Uma ideia surge com tanta força que parece imparável, capaz de varrer tudo à sua frente. Dir-se-ia que nada resistirá e o mundo será dominado. Depois, como é da natureza de todas as vagas, as coisas amansam. Por vezes tudo se esfuma sem efeitos; outras conseguem resultados, mas em todos os casos o aspecto ameaçador e irresistível desaparece. A onda rebentou.

O fenómeno é antigo e versátil. Existiram ondas religiosas, políticas, artísticas, morais, sociais. O marxismo foi um dos casos mais perfeitos. É difícil compreender a força que há 50 anos essa doutrina tinha. Gostando ou não, não era possível pensar o futuro do mundo sem o imaginar comunista; e o triunfo estava próximo. Observar hoje os partidos que ainda seguem essa orientação é como contemplar os charcos na praia.

As vagas têm alguns aspectos marcantes. O primeiro é que todas são sempre destruidoras. Por melhores que nasçam, criam muito estrago no entusiasmo revolucionário. O surgimento do cristianismo, como do método científico ou da democracia, gerou danos laterais. Isso está na própria natureza das ondas, mesmo com boas intenções. E todas as têm. Todas nascem e se alimentam de um elemento bom. Mesmo as mais terrivelmente destruidoras, como fascismo e nazismo, surgiram de um apelo à justiça. Só aceitando esta ambígua relação entre bem e mal se entende a realidade.

Outro aspecto é que o tempo joga sempre contra elas e todas acabam por se esgotar. As poucas com efeito duradouro, como Igreja Católica ou Islão, só o conseguem à custa de sucessivos renascimentos e regressos às origens. As várias escolas estéticas, seitas protestantes ou lideranças políticas são encadeados de ondas de efeitos variáveis. O ser humano só conserva aquilo que continuamente recomeça.

Mais decisivo é saber como agir perante uma onda. Enfrentar um tsunami é uma experiência horrivelmente assustadora. Por causa disto, no progresso dos últimos 250 anos, repetidamente se sentiu o pânico das antigas invasões bárbaras, julgando-se assistir ao fim da civilização.

A primeira regra é nunca seguir a atitude instintiva. Esbracejar diante de uma onda para a tentar parar é tolo. Contra uma torrente não se argumenta, conspira, organiza. Ela seguirá o seu caminho arrastando tudo, até se esgotar. Nos raros casos de vagas interrompidas à força, como os cátaros em 1229 e Tiananmen em 1989, é discutível se tinham dimensão de verdadeiras ondas. Faz parte dessa dinâmica ser imparável. Também esperar, que acaba sempre por resultar como vimos, só é resposta nas fases finais do processo, que pode ser longo.

Assim, face a uma onda, só existem duas alternativas. A primeira é tentar agarrar a vaga e surfar o movimento. Isso, além de implicar aceitação, mesmo hipócrita, é extremamente difícil e perigoso, porque "a revolução, como Saturno, devora os seus filhos", como disse Georg Büchner (A morte de Danton, 1835) descrevendo a queda de um dos melhores surfistas de uma das maiores ondas da história.

Para quem julga enfrentar uma brutal ameaça ao que considera mais sagrado, só resta uma atitude sensata: mergulhar quando a vaga se aproxima. Submergir significa refugiar-se nos princípios fundamentais, verdades básicas, raízes da civilização. Só atrás da rocha se resiste à enxurrada.

Perante as paradas gay e manifestações árabes muitos se alegram ou assustam. É bom que todos se lembrem que, goste-se ou não, são ondas passageiras. Terão alguns efeitos, muito menos do que tantos sonham ou temem. Não são as ondas que determinam a paisagem, mas as rochas e as correntes. A única forma de enfrentar com proveito estes jactos de impulso é reafirmando os valores básicos da civilização.

2011-07-04

Um mal por dia

Há uma Palavra do Senhor que considero muito importante em toda a minha vida: "Não vos preocupeis com o amanhã; cada dia tem o seu mal". Um mal por dia é suficiente para os homens; mais não conseguem suportar. Por isso procuro concentrar-me na resolução do mal de cada dia, e deixar o seguinte para o dia seguinte.

-- Bento XVI, Luz do Mundo

2011-07-01

Sobre as férias

O tempo das férias torna-se para muitos ocasião proveitosa para encontros culturais, para momentos prolongados de oração e de contemplação em contacto com a natureza ou em mosteiros e estruturas religiosas.

Dispondo de mais tempo livre podemos dedicar-nos com mais facilidade ao diálogo com Deus, à meditação da Sagrada Escritura e à leitura de algum livro formativo.

Quem faz a experiência deste repouso do espírito, sabe como ele é útil para não reduzir as férias simplesmente a distrações e divertimentos.

A participação fiel na celebração eucarística dominical ajuda a sentir-se parte viva da comunidade eclesial também quando se está fora da própria paróquia.

Onde quer que nos encontremos, temos sempre necessidade de nos alimentarmos da Eucaristia.

-- Bento XVI - 13 de Agosto de 2006

2011-06-21

Temos novo governo


Boa sorte!

2011-06-17

Geração Coragem

Isilda Pegado, Voz da Verdade 2011-06-17

Na celebração litúrgica da Bênção da Fitas dos Universitários de Lisboa tive a oportunidade de ouvir o Senhor Cardeal Patriarca pôr em alternativa à “geração à rasca” uma desejável “Geração Coragem”. Que feliz contraposição!

Ali perguntei-me, o que desejo para os meus filhos, para os meus sobrinhos, para os amigos deles ou mesmo para todos os jovens? – “Que sejam a geração coragem”. É a resposta que rebenta dentro do peito de qualquer das mães que ali estava.

“Coragem” é uma palavra que provém (seguindo uma busca breve que fiz) do latim “cor” que significa “coração”. E, no dizer do dicionário – coragem é “firmeza de espírito, ânimo, valentia e perseverança”. Mas também a palavra “cor” tem no dicionário o sentido “coração, coragem, afecto, desejo”. Aliás, a antiga expressão popular “saber de cor” significa que o coração era tido como o centro da capacidade de saber e de memória. Em latim “cor” também significa “ ânimo, qualidade espiritual de bravura e tenacidade”. Daí a palavra coragem ter vindo do latim “coratium” de coratum (em francês “courage” de coração, “coeur”).

Quando ouvi aquela expressão “geração coragem” não resisti a perguntar – serão estes jovens aqueles que agem com o coração? Estes os jovens que ouvem o que lhes diz o coração? Que desejam para a vida? Nesta fase tão marcante como é o final da licenciatura, quais as perguntas que se formulam no coração de cada um? Por baixo da capa negra que envergam, o que palpita?

Há uns anos atrás fui convidada para intervir num ciclo de conferências de uma juventude partidária. Mandaram-me o programa das conferências cujos temas eram – 1. Aborto (este era o “meu” tema); 2. Casamento Gay; 3. Eutanásia; 4. Prostituição; 5. Drogas – Legalizar Sim ou Não? – Nessa altura questionei-me dos objectivos de vida daqueles jovens. Que temas tão cinzentos? São estas as preocupações dos nossos jovens?

Seis anos volvidos, talvez apenas alguns deles tenham estado na manifestação da “geração à rasca”… ou talvez não!

E os “Jovens Coragem” (que agem com o coração) como ocupam o seu pensar? Com a sua formação pessoal e profissional, o trabalho onde vão servir, o resultado no desporto que praticam, a família que vão constituir, a casa e o bairro onde vão viver, a educação dos filhos que vão ter, a prestação cívica que vão dar, como constroem os tempos lúdicos e de diversão…?

Naquele dia o Senhor Cardeal Patriarca deu-nos o mote.

A mim cabe-me a difícil e gratificante responsabilidade de olhar para os que me estão confiados e indicar-lhes aquela fasquia de uma geração que “age com o coração”. Com esta imensa liberdade de ouvir o que o coração lhes pede para fazer. Dizer sim a uma Verdade maior, realista, alegre, exigente e até mesmo contra-corrente mas que faz caminhar para a Felicidade. E não uma vida dominada pela “escravidão” dos temas que são impostos, que nos fazem “dobrar” perante um poder que não tem rosto e onde em última instância se vive na amargura, na tristeza e no desespero.

As gerações não se fazem sozinhas. São fruto das circunstâncias que as rodeiam, e das opções que cada “eu” vai tomando.
As especiais dificuldades de uma ou outra época têm ditado fibra, génio e capacidades imprevisíveis. Não temos medo.
Naquele sábado de Maio, na majestosa Alameda da Universidade, ouvi o meu Cardeal Patriarca, o Pastor daqueles milhares de jovens, chamar pela Geração Coragem...

2011-06-03

Eleições Legislativas 2011

As Eleições estão à porta. Hoje é o último dia de campanha.
É muito importante que toda a gente vote! E já agora, que vote bem! :)

Para que tal possa acontecer, e para evitar os problemas relacionados com o Cartão do Cidadão e afins, deve-se confirmar assim que possível, os dados necessários para votar.

Consultar o Portal do Eleitor:
http://www.portaldoeleitor.pt/

Não deixar para o dia das eleições!

2011-05-29

Os "boys"

Zita Seabra, JN 2011-05-29

Eles acham que são os donos do país. Portugal é deles. O Estado pertence-lhes. Vale tudo. Estão acima da lei e das deontologias. Não conhecem ética em política, nem educação. Não sabem o que é o Estado de direito.

São filhos directos de Maquiavel porque agem sempre como se os fins justificassem os meios. Sentem-se príncipes que desconhecem o Estado de direito porque são os donos absolutos do país. Usam a propaganda como ninguém. Alimentam-se dela. Sabem de cor como inventar cenários, como criar factos que desviem do essencial, como dar a parecer o que não é.

Mentem por palavras, actos e omissões.... Omitem números se não lhes interessam, guardam-nos e escondem-nos para apresentar boas execuções orçamentais. Mudam critérios para contar desempregados, como quem apaga pessoas. As pessoas são números. Afirmam meias- verdades para não serem apanhados na totalidade da mentira e não parecerem mentir tanto quando são apanhados em flagrante.

Levam, sem vergonha, figurantes para comícios eleitorais com bilhetes para oceanários, ou a troco de pequenas excursões, de uma viagem e de um lanche. Valem-se de tudo o que pode ser útil para o objectivo que desejam. Fica bem multiculturalismo? Pois fazem o gesto obsceno de arrebatar para imagem filmada de comício emigrantes paquistaneses ilegais, ou indianos, ou africanos. Levam-nos para exibir publicamente e mostrarem ao país as diferentes cores da pele e põem gente pobre e desprotegida a fazer o triste papel de figurantes televisivos e marcar o dia. Nem notam que são autores de um brutal acto de racismo que faz corar de vergonha qualquer pessoa digna.

Exibem o despudor de usar serviços públicos na campanha como se fossem seus espaços privados e as pessoas que estão em aulas em serviços públicos são exibidas como troféus de campanha e interrogadas por meios de Comunicação Social para se mostrarem agradecidas, reconhecidas e obrigadas. Já não mostram obra feita, mostram pessoas que constrangem em serviços públicos como obra feita.

Revelam pouca memória pois não se lembram das cenas célebres de filmagem de uma criança dando-lhes flores, tantas vezes vistas em outros tristes cenários. Põem mesmo a criança a dizer: "Obrigado pelos Magalhães". Que memórias nos traz aquela imagem e quantas vezes e em que circunstância já foram realizadas.

Levantam sustos e medos contra quem se lhes opõe. Levaram o drama a muitas casas de portugueses quando distribuíram o que não tinham para ganhar as eleições, que ganharam, fazendo depois uma razia de pobreza com milhares de portugueses a perderem o emprego, muitos com mais de 50 anos e sem esperança de voltarem a trabalhar, com os dias contados para receberem o subsídio. A caminharem para o desespero, tiraram-lhes o futuro.

Mas não desistem. É a sua sobrevivência política pessoal. Prometem mundos e fundos com as mãos-cheias de nada. E escondem, escamoteiam a realidade e a verdade, que são valores para eles secundários para tanta ambição. A verdade aparece como uma palavra erradicada da política. A verdade é subjectiva e adaptam-na aos seus interesses de campanha. Interessa, sim, a mensagem a "vender" cada dia aos portugueses.

Escondem o fundamental. Até há dois dias, escondiam o acordo com a troika que nos vai condicionar o dia-a-dia e o futuro imediato. Vai condicionar-nos no dia a seguir às eleições. Evitaram discutir o assunto, fingiram que não existia. Asseguravam que agora, ocupados com as feiras e romarias e com votos, não tinham tempo para estudar o assunto. Não sabiam prazos, nem compromisso. Desconheciam que tinham de baixar a Taxa Social Única. Nem faziam ideia como iam financiar os compromissos. A crise não era com eles. É com as troikas, os alemães e o FMI. Eles estão calmos porque tratarão de nós quando a campanha passar.

Era estranho que não quisessem discutir o que em nome de Portugal assinaram. Era estranho que não houvesse tradução oficial do documento assinado e entregue aos partidos da Oposição. Agora, descobre-se que o documento entregue aos partidos não é igual ao outro. Pequenos pormenores. Minudências. Umas pequenas alterações de prazos, da legislação laboral, por exemplo. Que importância tem isso?, são meros pormenores, dizem. Resultam talvez apenas da dificuldade em traduzir o inglês técnico, certamente. Importante para eles são os votos, são uns bombos na campanha para animar o povo, dirão. É só fazer de conta mais uns dias, uma curta semana e eles, os portugueses, verão, então, fora do ruído da campanha, o que os espera e confrontam-se com a realidade já sem retorno.

Não são de Esquerda, nem socialistas, nem liberais, nem sociais-democratas, são, na feliz expressão do último líder socialista António Guterres, simplesmente "boys".

Mas vai dar muito trabalho ao PSD e a Pedro Passos Coelho fazer regressar à política a nobreza de quem quer apenas que esta volte a ser um mero serviço do bem comum e que a esperança regresse a Portugal.

2011-05-25

Há três espécies de Portugal

Há três espécies de Portugal, dentro do mesmo Portugal; ou, se se preferir, há três espécies de português. Um começou com a nacionalidade: é o português típico, que forma o fundo da nação e o da sua expansão numérica, trabalhando obscura e modestamente em Portugal e por toda a parte de todas as partes do Mundo. Este português encontra-se, desde 1578, divorciado de todos os governos e abandonado por todos. Existe porque existe, e é por isso que a nação existe também.

Outro é o português que o não é. Começou com a invasão mental estrangeira, que data, com verdade possível, do tempo do Marquês de Pombal. Esta invasão agravou-se com o Constitucionalismo, e tornou-se completa com a República. Este português (que é o que forma grande parte das classes médias superiores, certa parte do povo, e quase toda a gente das classes dirigentes) é o que governa o país. Está completamente divorciado do país que governa. É, por sua vontade, parisiense e moderno. Contra sua vontade, é estúpido.

Há um terceiro português, que começou a existir quando Portugal, por alturas de El-Rei D. Dinis, começou, de Nação, a esboçar-se Império. Esse português fez as Descobertas, criou a civilização transoceânica moderna, e depois foi-se embora. Foi-se embora em Alcácer Quibir, mas deixou alguns parentes, que têm estado sempre, e continuam estando, à espera dele. Como o último verdadeiro Rei de Portugal foi aquele D. Sebastião que caiu em Alcácer Quibir, e presumivelmente ali morreu, é no símbolo do regresso de El-Rei D. Sebastião que os portugueses da saudade imperial projectam a sua fé de que a famí1ia se não extinguisse.

Estes três tipos do português têm uma mentalidade comum, pois são todos portugueses mas o uso que fazem dessa mentalidade diferencia-os entre si. O português, no seu fundo psíquico, define-se, com razoável aproximação, por três característicos: (1) o predomínio da imaginação sobre a inteligência; (2) o predomínio da emoção sobre a paixão; (3) a adaptabilidade instintiva. Pelo primeiro característico distingue-se, por contraste, do ego antigo, com quem se parece muito na rapidez da adaptação e na consequente inconstância e mobilidade. Pelo segundo característico distingue-se, por contraste, do espanhol médio, com quem se parece na intensidade e tipo do sentimento. Pelo terceiro distingue-se do alemão médio; parece-se com ele na adaptabilidade, mas a do alemão é racional e firme, a do português instintiva e instável.

(Fernando Pessoa)


Citado a partir do Abrupto

Encontrarás Dragões

Encontrarás Dragões

2011-05-23

O que podem os ex-alunos fazer pela LEIC?

1 - Podem investir - disponibilizando recursos para o Ensino

2 - Podem vir ensinar - dar aulas convidadas

3 - Podem dar a conhecer os problemas e as necessidades das empresas - para influenciar os currículos

-- PJT

Centenário IST

Hoje o Técnico faz 1100100 anos! Parabéns informáticos!


http://100.ist.utl.pt/

2011-05-17

Com a (meia) verdade me enganas

Muito se tem falado sobre a mentira na política. No entanto, mais do que a mentira, o verdadeiro perigo para a democracia reside na "meia-verdade".

Vamos analisar um exemplo recente do debate entre José Sócrates e Jerónimo de Sousa (minuto 27):

José Sócrates: Redução das pensões acima de 1500 Euros (...) Só essas é que serão atingidas (...) As mais baixas serão aumentadas.


Esta afirmação é verdadeira. No entanto, qual o seu significado exacto?

A. Vão ser cortadas as pensões com valor superior a 1500 Euros e as de valor mais baixo do que 1500 Euros vão ser aumentadas.

B. Vão ser cortadas as pensões com valor superior a 1500 Euros, as de valor inferior vão ser congeladas, e apenas as pensões mínimas vão ser aumentadas.

Ouvindo só a afirmação, tanto a A como a B podem ser verdade. E, de boa fé, podemos assumir que seja a A. No entanto, lendo o memorando acordado com a troika FMI+UE (texto original, resumo e tradução do Público), é a B que vai acontecer.

O discurso está cheio destas meias verdades, que "compram" votos, e que depois, afinal, nem sequer "pagam" o que prometeram...

Convido os leitores deste blogue a partilharem outros exemplos nos comentários. Mas peço que deixem referências de onde se pode validar a informação.

2011-05-13

Homens, sede homens!

Homens, sede homens. Homens, sede bons, sede cordatos, abri-vos à consideração do bem total do mundo. Homens, sede magnânimos. Homens, procurai ver o vosso prestígio e o vosso interesse não como contrários ao prestígio e ao interesse dos outros, mas como solidários com eles. Homens, não penseis em projectos de destruição e de morte, de revolução e de violência; pensai em projectos de conforto comum e de colaboração solidária. Homens, pensai na gravidade e na grandeza desta hora, que pode ser decisiva para a história da geração presente e futura; e recomeçai a aproximar-vos uns dos outros com intenções de construir um mundo novo; sim, um mundo de homens verdadeiros, o qual é impossível de conseguir se não tem o sol de Deus no seu horizonte.

-- Papa Paulo VI em Fátima no 13 de Maio de 1967

Ler a homilia completa.

2011-05-06

O que fazer nestes tempos de crise?

Despertar as pessoas, e propor Cristo!

-- PDC

2011-05-05

João Paulo II e a Liberdade

Transcrevo a seguir um artigo de João Carlos Espada sobre a contribuição do Papa João Paulo II para a nossa compreensão de um valor cada vez mais na agenda do nosso país: a Liberdade. Os sublinhados são meus.

João Paulo II

Público, 2011-05-02 João Carlos Espada

A beatificação de João Paulo II voltou a trazer à praça pública a memória do extraordinário Papa polaco. É difícil exagerar a importância e o alcance do seu pontificado, para católicos e não católicos, crentes e não crentes.
No plano político, todos reconhecem o papel decisivo de Karol Wojtyla no colapso final e pacífico do império soviético. Seria, por si só, uma realização de enorme magnitude. Mas, ao contribuir decisivamente para a desacreditação do regime soviético, o Papa polaco fez ainda mais. Restaurou o ideal de uma sociedade livre e do papel incontornável da liberdade religiosa - e não apenas da liberdade dos católicos - numa sociedade livre.

Karol Wojtyla podia ter defendido os direitos dos católicos polacos em nome do facto incontornável de que a Polónia era há muitos séculos uma nação de esmagadora maioria católica. Mas não foi exactamente isso que ele fez. Ele defendeu os direitos dos católicos polacos em nome da liberdade de consciência de todos, católicos e não católicos, crentes e não crentes.

Na linha do que fora consagrado pelo Concílio Vaticano II, João Paulo II defendeu a liberdade de consciência como expressão essencial da dignidade da pessoa humana. E apresentou a dignidade da pessoa humana como parte integrante da verdade revelada que o cristianismo convida o mundo a descobrir. Por outras palavras, João Paulo II fundou a liberdade na verdade, não na ausência dela, ou na equivalência relativista entre as verdades de cada um.

Ao fundar a liberdade na verdade da mensagem cristã acerca da dignidade da pessoa humana e da sua consciência, João Paulo II integrou a defesa da liberdade dos católicos na defesa da liberdade da consciência de todos. E reafirmou que uma sociedade livre é aquela em que a lei protege a liberdade das pessoas e limita o poder político, obrigando-o a respeitar essa liberdade.

Desta forma, João Paulo II refutou também as dúvidas ainda existentes entre alguns sectores católicos acerca da existência de um alegado "terceiro regime" entre o regime comunista e o impropriamente chamado "regime capitalista". Só há dois tipos de regimes: não livre e livre. Num regime livre, a liberdade da pessoa está no centro e abrange todas as dimensões: religiosa, cultural, política e económica. Não há por isso regimes livres sem empresa livre, ou com liberdade económica condicionada pelo capricho dos governantes. E não há ambiguidade sobre a posição dos católicos acerca desses dois regimes: eles são a favor dos regimes livres.
No interior de um regime livre, fundado nos direitos fundamentais da pessoa humana, existe uma permanente controvérsia em torno de diferentes propostas políticas, económicas, culturais. João Paulo II reafirmou que a Igreja não defende nenhum projecto político particular no interior de uma sociedade livre. A sua esfera não é política. Mas a mensagem religiosa da Igreja tem uma dimensão cultural pública que pode ser relevante para a saúde e robustez das sociedades livres.
Essa mensagem pode ser traduzida na ideia de que as virtudes morais são essenciais para a sustentação da liberdade. Sem autocontrolo, sem capacidade de diferir a gratificação, sem atenção à sorte do outro, a liberdade é ameaçada pela desconfiança mútua, pela indiferença, pela crueldade. A prazo, a anomia, ou ausência de regras de conduta cívica partilhadas, dará lugar à insegurança colectiva e esta à descrença na liberdade.

Em minha opinião, João Paulo II tornou acessível aos olhos do mundo a mensagem fundamental com que o cristianismo contribuiu decisivamente para a gradual emergência da civilização ocidental. A força não é o direito: a diferença entre o bem e o mal, o certo e o errado, a justiça e a injustiça não dependem dos caprichos dos poderes de plantão. Todo o poder deve ser limitado pela lei e pela moral. No centro dessa limitação de todos os poderes deve estar o respeito pela dignidade da pessoa, cujo núcleo é constituído pelo direito à vida e à liberdade.


João Carlos Espada é Director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa; titular da cátedra European Parliament/Bronislaw Geremek in European Civilization no Colégio da Europa, Campus de Natolin, Varsóvia

2011-03-29

Notícias q.b.

A informação espectáculo que temos leva-nos a assistir ao telejornal como entretenimento. As imagens espectaculares ou chocantes, as últimas novidades do futebol, etc... Tudo é feito para nos manter "presos" ao ecrã e não para propriamente nos informar.

Além disso, além do filtro da seleção de notícias, há também cada vez mais o filtro da opinião.

Ouvimos um discurso, por exemplo, e, antes que tenhamos tempo de pensar no que foi dito, vem alguém dizer-nos o que pensa sobre o assunto. A mensagem raramente chega sozinha, chega sempre com algumas "dicas" de interpretação que são suficientes para enviesar, ainda que ligeiramente.

Neste contexto de "informação intoxicada" há alternativas. A Internet, por exemplo. No entanto, é fácil cair no mesmo problema. Quando vamos à página Web de um jornal, além da informação, também encontramos entretenimento.

Qual é então a minha sugestão?
Enterrar a cabeça na areia e não querer saber? :)

Apesar de ser tentador, temos que estar no mundo.

Acho que, responsavelmente, se pode fazer assim: escolher 1 ou 2 fontes de informações de confiança; consultar os apenas os títulos com alguma regularidade; evitar artigos de opinião antes de se "digerirem" os factos.

Neste momento, recebo as minhas notícias q.b. através do Twitter:

http://twitter.com/publico
http://twitter.com/SolOnline

Experimentem e sintam a diferença no vosso juízo dos acontecimentos... É surpreendente!

2011-03-01

Horário do Terraço do CCB

2011-02-22

Cantare amantis est

Cantare amantis est (cantar é próprio de quem ama)
-- Santo Agostinho, citado por Bento XVI na Homilia da Missa Galo de 2010

2011-02-11

As obras de misericórdia

As sete obras de misericórdia corporais:
1. Dar de comer a quem tem fome
2. Dar de beber a quem tem sede
3. Vestir os nus
4. Dar pousada aos peregrinos
5. Visitar os enfermos
6. Visitar os presos
7. Enterrar os mortos.

As sete obras de misericórdia espirituais:
1. Dar bons conselhos
2. Ensinar os ignorantes
3. Corrigir os que erram
4. Consolar os tristes
5. Perdoar as injúrias
6. Suportar com paciência as fraquezas do nosso próximo
7. Rezar a Deus por vivos e defuntos.

2011-01-31

Visualização do teorema de Bayes

Existe uma forma de deduzir o Teorema de Bayes usando diagramas de Venn, como o seguinte.


Qual é a probabilidade de A ocorrer num universo U?

P(A) = #A/#U

#A é a cardinalidade do conjunto A, ou seja, o seu número de elementos.
Qual é a probabilidade de B ocorrer num universo U?

P(B) = #B/#U

E qual a probabilidade de A e B?

P(AB) = #AB/#U

Sendo assim, qual a probabilidade de A dado B? (ver figura)

P(A|B) = #AB/#B

Se divirmos ambos pela cardinalidade do universo, temos:

P(A|B) = (#AB/#U) / (#B/#U) = P(AB)/P(B)

Podemos fazer igualmente para B dado A:

P(B|A) = P(BA)/P(A)

Ora como a probabilidade de A e B é igual à probabilidade de B e A, podemos pôr a expressão matemática em função de P(AB) e P(BA), respectivamente, e usar a igualdade para chegar a uma nova fórmula:

P(AB) = P(A|B) * P(B)
P(BA) = P(B|A) * P(A)

Como P(AB) = P(BA):

P(A|B) * P(B) = P(B|A) * P(A)

Colocando a expressão em função de P(A|B), chegamos à formulação usual do teorema de Bayes, que é um resultado muito interessante para o estudo das Probabilidades e Estatística:

P(A|B) = (P(B|A) * P(A)) / P(B)

Quem disse que é preciso decorar a fórmula? ;)

--

Referência: http://oscarbonilla.com/2009/05/visualizing-bayes-theorem/

2011-01-25

Privacidade nas redes sociais

Para começar, é preciso afirmar claramente o seguinte:

Tudo o que é escrito na Internet está fora do nosso controlo. Para sempre!

Isto inclui todos os emails que se enviam, tudo o que se pesquisa no Google, tudo o que se afixa no Facebook, etc, etc.

Mesmo que se usem as definições de privacidade, ou mesmo se se controlar o servidor onde a informação é guardada (o que normalmente não acontece), alguém que leia os nossos dados pode copiá-los e divulgá-los, sem o nosso conhecimento ou consentimento.

No entanto, existem benefícios em ter uma presença na Web. Podemos dar a conhecer mais de nós mesmos e do nosso trabalho aos outros. Apenas é importante ter a noção clara de que é uma presença pública. Portanto, não diga nada que não diria num local público em que toda a gente pudesse ouvir, por exemplo, num café, numa praça ou mesmo na televisão!

Até um dia destes, numa das muitas "praças" da Internet ;)

Post original em inglês

2011-01-13

Afundem o Bismarck

"Afundem o Bismarck" de C.S. Forester


Esta é a história dos mais desesperados riscos, do patriotismo mais exacerbado e das mais altas capacidades profissionais, de um jogo pela dominação do mundo em que as vidas humanas eram peões no pano verde da mesa do oceano. Houve uma perseguição sem precedentes na história das marinhas, travaram-se batalhas em que os vencidos se cobriram de tanta glória como os vencedores e em que o pior dos azares foi contrabalançado pela melhor das sortes. Seis dias durou tal perseguição, dias de tempestade desenfreada, de mar cinzento encapelado e nuvens baixas, sem um único raio de sol para iluminar o placo da tragédia. Os actores da tragédia desempenharam os seus papéis no mar com um acompanhamento de uivos do vento, de ondas alterosas, de espuma e de frio glacial.

E tudo isto aconteceu sobre um pano de fundo de acontecimentos de importância vital na história do mundo, quando a Inglaterra se encontrou sozinha, quase cercada por inimigos de um poder e de uma maldade inacreditáveis. Não tinha amigos, e apesar disso era destemida, alerta e vigilante...

2011-01-11

Aproveitar a crise

Faço minhas as palavras da Aura Miguel. Bom ano a todos!

--

Aproveitar a crise
Aura Miguel, RR 31-12-2010

Sabem qual é o nosso problema? É que não gostamos de sacrifícios. Achamos que a vida só é boa quando não há contrariedades, quando nos distraímos, quando rimos com os amigos ou fazemos aquilo que nos apetece. Mas que grande ilusão!...

Bem sabemos que não é assim, que não existe esperança, nem beleza, nem bondade, nem justiça, nem amor, nem relações verdadeiras sem sacrifício.
Assim, a terminar este ano, desejo, a todos, um óptimo 2011 sem ilusões. Um ano cheio de vida verdadeira, leal, fecunda, sincera. E, portanto, com sacrifícios. Por isso, provavelmente, a crise vai fazer-nos bem, porque terá o mérito de nos reconduzir às coisas verdadeiramente importantes da vida.
Se assim for, podemos vir a ser melhores pessoas e, até mesmo, finalmente, vir a mudar Portugal.

2011-01-05

Alunos portugueses com dificuldades em exercícios não básicos

Estudo do Ministério da Educação em 1700 escolas revela a dificuldade dos alunos em resolver exercícios que não sejam básicos

por Kátia Catulo , Publicado em 31 de Dezembro de 2010, jornal I.

Estruturar um texto encadeado, explicar um raciocínio com lógica, utilizar uma linguagem rigorosa ou articular diferentes conceitos da mesma disciplina são incapacidades que percorrem os alunos do 8.o ao 12.o ano de escolaridade, seja na Matemática, seja na Língua Portuguesa ou na Biologia. Mais que dominar a matéria, a grande dificuldade dos estudantes das escolas básicas e secundárias é expressar por escrito as suas ideias e os conhecimentos que adquiriram nas aulas. Esta é a principal conclusão do Relatório 2010 do Gabinete de Avaliação Educacional (Gave).

Poucas semanas depois de o estudo do PISA revelar que Portugal é o país da OCDE que mais progrediu na educação, chega agora o relatório do Gave que vem demonstrar que os alunos portugueses afinal estão ainda longe de conseguir desempenhar tarefas tão simples como, por exemplo, interpretar um texto poético, solucionar um exercício matemático com mais de duas etapas ou enfrentar um enunciado que não seja simples e curto.

A equipa do Ministério da Educação avaliou os conhecimentos dos alunos em 500 escolas secundárias e em 1200 estabelecimentos com o 3.o ciclo do ensino básico. Os testes intercalares do Gave, que começaram no ano lectivo de 2005/06, foram aplicados às disciplinas de Matemática e de Língua Portuguesa (no ensino básico) e ainda às cadeiras de Matemática A, Física e Química A e Biologia e Geologia do ensino secundário.

Nas disciplinas que envolveram contas (Matemática e Física/Química), os adolescentes só conseguiram completar correctamente os exercícios quando o desafio passou por resolver "cálculos elementares". O bom desempenho, aliás, está "fortemente associado" aos enunciados curtos e aos textos simples, conclui o relatório que o i consultou.

Na disciplina de Língua Portuguesa do 9.o ano, as maiores dificuldades estão em utilizar a língua de forma correcta. As lacunas são de ordem gramatical, mas também de construção de frases e textos que tenham lógica e coerência. A resolução de problemas na Matemática do 3.o ciclo é o ponto fraco dos alunos, mas as derrapagens também aconteceram quando foi preciso construir respostas com várias etapas de resolução. Definir estratégias para encontrar a solução de um determinado exercício matemático são dificuldades que se acentuam sempre que os enunciados são mais longos, avisam os técnicos do Ministério da Educação.

Secundário. Escrever textos explicativos em que é necessário descrever raciocínios e explicar as estratégias adoptadas para justificar as respostas é uma das grandes deficiências que os especialistas do Gave encontraram em todas as disciplinas avaliadas no secundário. A falta de rigor científico e a linguagem desadequada foram falhas detectadas por todas as equipas que monitorizaram e avaliaram o desempenho dos alunos. Sempre que foi preciso seleccionar a informação e construir um texto que traduzisse um conjunto de ideias próprias, os alunos revelaram "grandes dificuldades".

Na Matemática A do secundário, as fraquezas dos alunos tornaram-se mais evidentes quando tiveram de usar conceitos e estratégias menos treinados nas salas de aula ou então quando foram desafiados a interligar conceitos ou enfrentar enunciados longos. "Não deixam também de ser significativas as dificuldades detectadas nos problemas que envolvem maior número de cálculos e apresentação de raciocínios demonstrativos", alertam os especialistas no relatório de 2010.

Conseguir articular a informação fornecida nas provas e os conhecimentos necessários para responder a determinadas questões é igualmente uma tarefa a que poucos alunos conseguiram corresponder com êxito nos testes intermédios de Biologia e Geologia do 10.o e 11.o anos de escolaridade.

Nas disciplinas de Física e Química A, o desempenho dos alunos decresceu sempre que se exigiu uma avaliação crítica das informações contidas nas provas. Articular várias competências ou fazer cálculos que envolvam duas ou mais etapas são outras fragilidades dos alunos portugueses.